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Acontecendo em Moura matarem um homem uns criados seus, foram-se dous irmãos do morto queixarem a el-rei e disseram-lhe que D. Pedro lh'o mandára; pelo que o mandou vir á côrte, e esteve n'ella mais de dous annos, posto que, tirada a devassa, o não acharam culpado.
Uma em se queixarem de danos e tomadias que os portuguezes fizeram por mar e por terra aos naturaes de Castella, e a outra mais principal acerca das cousas da Rainha e restituição do Regimento em que sobre todo mais insistiram, e tambem pediam a El-Rei em nome da Rainha D. Lianor, com que já tinha fallado, que a leixasse ir para Castella, mostrando que não queria estar no reino para que tantos males se aparelhavam; porque ao tempo que esta embaixada sahiu da côrte de Castella, os Infantes d'Aragão ainda regiam e governavam a pessoa d'El-Rei; e por isso se fez lá, e propoz cá com as gravezas, protestações e cautellas, que elles em nome d'El-Rei ordenaram.
Calculava tudo, combinava tudo, e, como quem joga bem a bisca, sabia de cór os trunfos, e o que queria era marcar bons pontos, désse lá por onde désse. Subiu ao throno, na firme resolução de acabar com os privilegios da nobreza e do clero. Para isso, como de costume, serviu-se do povo. Chamou côrtes a Evora, ahi entendeu-se com os procuradores do povo para elles se queixarem dos fidalgos.
O velho Pacheco pôz-se tambem em pé, exclamando: "Conde de Barcellos, lembrae-vos de que os burguezes têem por costume antigo o direito de dizerem aos reis seus aggravamentos, de se queixarem, e de os reprehenderem. Nós somos menos que os reis."
Palavra Do Dia