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O seu poder juntou, sua valia Amor, ja não soffrendo este desprêzo, Somente por se ver dellas vingado; Mas, vendo-as, entendeo que não podia De ser morto livrar-se, ou de ser prêzo, E ficou-se com ellas desarmado. Nos braços de hum Sylvano adormecendo Se estava aquella Nympha qu'eu adoro, Pagando com a boca o doce foro, Com que os meus olhos foi escurecendo.

E mais surda então eu a seus clamores, Que aspide surda, ou surda penedia, Julgava os seus amores por vaidade. Agora em pago disto a liberdade, A vontade e o desejo De todo entregue vejo A quem, inda que brade, não responde; Pois vejo que s'esconde Ja debaixo da terra este qu'eu chamo, Que he aquelle a quem amo, Aquelle a quem agora estou rendida. Ai quão devagar passa a triste vida!

E porque a meu desejo me gabei De conseguir hum bem de tanto preço; Além do que padeço, Atado em huma roda estou penando, Qu'em mil mudanças me anda rodeando; Onde, se a algum bem subo, logo deço. Assi que para a pena estou vivendo: Sou outro novo Ticio, e não m'entendo. De vontades alheias, qu'eu roubava, E que enganosamente recolhia Em meu fingido peito, me mantinha.

Oh presença mais querida Que quantas formou Amor! Isto he verdade, Senhor? Acabe-se aqui a vida, Por não ver prazer maior. Pois esta hora de vos ver Alcançar, Senhora, pude; Para mais contente ser, Conformem co'este prazer Novas de vossa saude. Vida foi pezada e crua A saude qu'eu sostinha; Qu'em quanto, Senhor, a tinha, Temer perigo na sua, Me fez descuidar da minha.

Se eu tantas dobras tivesse Como quantas houve erradas, Sem que o mundo o soubesse, Á qu'eu enriquecesse, E fosse das mais honradas. Sabeis que tenho em vontade? Que podeis, Senhora, ter? Fallar-lhe, para ver Se he por ventura verdade O que dizeis que me quer. Bofé, mana, dizeis bem, E eu o mandarei chamar, Como para lhe rogar Que hum annel, que me tem, Que mo mande concertar.

Com qualquer pouca parte, Senhora, que me deis d'ajuda vossa Podeis fazer qu'eu possa Escurecer ao sol resplandecente: Podeis fazer que a gente Em mi do grão poder vosso s'espante; E que vossos louvores sempre cante. Podeis fazer que cresça d'hora em hora O nome Lusitano, e faça inveja A Esmirna, que d'Homero s'engrandece.

Porqu'em sentindo o mal, qu'eu sinto agora, Espero qu'algum'hora Faça o teu proprio mal de mi lembrar-te, Ja que não pôde o meu nunca abrandar-te. FRONDOSO. Mil annos de tormento me parece Cad'hora que sem ti, sem esperança Vivo de poder mais tornar a ver-te. A vida me tua lembrança; A vida sôbre tudo m'entristece; A vida antes perdêra, que perder-te. Perca, quem te perdeo, tambem a vida.

Porém, se as minhas penas são victorias, Por a causa, a meus altos pensamentos; Dilatem-se em larguissimas historias Estes meus gloriosos rendimentos. Mova-se em todo o mundo unico espanto De qu'he, por a belleza qu'eu adoro, Do que cantado tenho premio o pranto. Contente offreço a amor tão triste foro: Que se chôro não ha como o meu canto, Não sei canto melhor qu'este meu chôro.

Mande, Senhor, vossa Alteza A chamá-lo por alguem, Saberemos que mal tem, Se he doença de tristeza, De que nasce, ou de que vem. Certo qu'eu me maravilho Do que vos ouço dizer. Que mal póde nelle haver? Ide dizer a meu filho Que me venha logo ver. Se curar não se procura Huma cousa destas tais, Vem despois a crescer mais. Quando ja não se acha cura, Toda a cura he por demais.

Castiga-os com me verem; qu'eu seguro Que a vingança será delles sentida: Nem temas tu d'os meus alegres serem, Vendo tristes taes olhos por me verem. LAURENO. Violante minha, cuja côr iguala, Mas antes vence os cravos, vence a neve; Desta dor, que atéqui minha alma cala, Teu amoroso riso a culpa teve.

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