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Tanto póde o beneficio Da graça que saude, Que ordena que a vida mude: E o qu'eu tomei por vício, Me faz grao para a virtude; E faz qu'este natural Amor, que tanto se préza, Suba da sombra ao real, Da particular belleza Para a belleza geral.

No hallo á mis males culpa, Para que merezca pena La causa que me condena. Essa está gentil desculpa Para hoje dar a Alcmena! Tẽe-no mandado chamar, E elle está tão descuidado! Moço, queres-me matar? Que desculpa posso eu dar Melhor qu'este meu cuidado? E não ha mais que fazer? Com isso a boca me tapa Para mais nada dizer?

Porém, se as minhas penas são victorias, Por a causa, a meus altos pensamentos; Dilatem-se em larguissimas historias Estes meus gloriosos rendimentos. Mova-se em todo o mundo unico espanto De qu'he, por a belleza qu'eu adoro, Do que cantado tenho premio o pranto. Contente offreço a amor tão triste foro: Que se chôro não ha como o meu canto, Não sei canto melhor qu'este meu chôro.

Busca o Senhor mais rico a mor pobreza; Que, como ao mundo o seu amor descobre, De palhas vis o corpo tenro cobre, E por ellas o mesmo ceo despreza. Como? Deos em pobreza á terra dece? O qu'he mais pobre tanto lhe contenta, Qu'este somente rico lhe parece. Pobreza este Presepio representa; Mas tanto por ser pobre ja merece, Que quanto mais o he, mais lhe contenta.

Mil vezes comigo vejo, Para que meu Pae se affoute; Pois em tão pequeno ensejo Lhe mandei talhar a noute Á medida do desejo. E pois que como possante, A mi tudo se reporta, Chego agora neste instante A estorvar qu'este bargante Me não chegue a esta porta. No que miedo, ó locura, Neste pecho se me cria: Por Dios que se me afigura, Que ha mucho que es noche escura, Sin que venga el claro dia.

Eu qu'este engano entendi, Disse-lhe: Qu'escreverei? Respondeo, dizendo assi: Altos effeitos de mi. E daquella a quem te dei. E ja que te manifesto Todas minhas estranhezas, Escreve, pois que te prézas, Milagres d'hum claro gesto, E de quem o vio, tristezas. Ah Senhora, em quem se apura A de meu pensamento! Escutae e estae a tento, Que com vossa formosura Iguala Amor meu tormento.

Assi meu mal do proprio ser primeiro Outra cousa nenhũa me consente, Qu'este canto qu'escrevo derradeiro. E se huma pouca vida, estando ausente, Me deixa Amor, he porque o pensamento Sinta a perda do bem d'estar presente. Senhor, se vos espanta o soffrimento Que tenho em tanto mal para escrevê-lo, Furto este breve espaço a meu tormento.

Não tinha parte donde se deitasse, Nem esperança alguma, onde a cabeça Hum pouco reclinasse, por descanso: Tudo dor lhe era e causa que padeça, Mas que pereça não; porque passasse O que quiz o destino nunca manso. Oh qu'este irado mar gemendo amanso!

O villão como se cala! Pois, Senhor, sahi a meu pae, Que quando dorme não fala. Trazei huma cadeira: Ouvis, villão? Senhor, sim. Acabae, villão ruim. Que moço para servir Quem tẽe as tristezas minhas! Quem pudesse assi dormir! Senhor, nestas manhãzinhas Não ha hi senão cahir: Por demais he trabalhar Qu'este somno se me ausente. Porque?

Este que a ti, Marte, representa, O castigou de sorte, que vencido De ter quem vivo fique se contenta. E logo qu'este Reino defendido Deixou, segunda vez com maior glória Para o ir governar foi elegido. Mas não perdendo ainda da memoria Os amigos o seu govêrno brando, Os imigos o damno da victoria;

Palavra Do Dia

stuart

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