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A peregrinação d'hum pensamento, Que dos males fez hábito e costume, Tanto da triste vida me consume, Quanto cresce na causa do tormento. Leva a dor de vencida ao soffrimento; Mas a alma está, de entregue, tão sem lume, Qu'enlevada no bem que haver presume, Não faz caso do mal qu'está de assento.

Tu não vês qu'esta mulher Se preza de virtuosa? Senhor, tudo póde ser; Que para quem muito quer, Sempre a affeição he manhosa. Seu marido está ausente Na guerra, longe daqui; Tu, qu'es Jupiter potente, Tomarás sua fórma em ti; Que o farás mui facilmente. E eu me transformarei Na de Sósea, criado seu; E ao arraial me irei, Onde logo saberei Como se a batalha deu.

Quero-me aqui assentar Á sombra, nesta hervinha, Porque canso ja de andar; Mas inda a fortuna minha Não cansa de me cansar. Junto desta fonte pura Não sei quem cuido qu'está; Mas no coração me Que aqui me guarda a Ventura Alguma ventura . Ou ganhado, ou bem perdido, Faça, emfim, o que quizer, Qu'eu o fim disto hei de ver? Que ja venho apercebido A tudo quanto vier.

donde a errada e cega Monarchia De fabulosas leis está vivendo, E á fôrça d'hum amor engrandecia O nefando Alcorão em qu'está crendo; donde nada val a Poesia, E s'está da lei della escarnecendo; donde a fidalguia Mahometana Cuida qu'um nome vão a Deos engana. Ás portas da cobiça e da vileza Estes netos de Agar estão sentados Em bancos de torpissima riqueza, Todos de tyrannia marchetados.

E por mais qu'esta dor seja terrivel, Somente o contemplar a causa della, Inda que a faz maior, a faz soffrivel Porém chegando a não poder soffrê-la, Perdendo a vida; quando a morte chame, Não perderei o gôsto de perdê-la. He justo qu'eu por ti mil mortes ame: Mas tu se te illustra, quando offensa Minha mortal o teu valor se chame.

E mais vou vestir agora A quem vos tão vida. Ficae-vos, Senhor, embora. Nessa ide vós, Senhora, Que ja vos tenho entendida. FILODEMO . Ora se póde isto ser Do qu'esta moça me avisa, Que a Senhora Dionysa, Por me ouvir, se fosse erguer Da sua cama em camisa! E diz que mal me não quer. Não queria maior gloria; Mas o que mais posso crer, Que nem para lhe esquecer Lhe passo pela memoria.

Porque por demais dizeis? Porque nada alli ha certo. Novas não as busqueis, Que aqui as tendes mais perto. Pois dae-mas ja, se as sabeis. Hum navio he ja chegado Á barra, que vem de ; Traz de Amphitrião recado, Diz que o deixa embarcado Para se vir para . Tẽe vencido aquelle Rei; E diz, segundo lhe ouvi, Qu'esta noite será aqui.

Dizer-te o mais não posso, porque sente Est'alma no que disse tal tormento, Qu'esta memoria apenas me consente. O espirito ja debil, sem alento, No pouco que te tenho referido, Nas azas se sostem do pensamento. Oh mundo! qual he aquelle tão perdido, Qu'em ti crê, qual aquelle tão insano, Vendo-te todo em damno instituido?

Lagrimas ja não são qu'esta alma chora, Mas amor he vital que dentro arde, E por a luz dos olhos salta fóra. Como inda a morte quer que mais aguarde? Não tarde ja, mas corra a mal tão fero. Mas ja por mais que corra virá tarde. Nem no supremo trance de ti 'spero Qu'inda com ver o estado em que me has pôsto Queiras, crua, entender quanto te quero.

Catharina me mentio Muitas vezes, sem ter lei, E todas lhe perdoei Por huma que cumprio. Se como me consentio Fallar-lhe, o mais me consente, Nunca mais direi que mente. A alma, qu'está offrecida A tudo, nada lhe he forte; Assi passa o bem da vida, Como passa o mal da morte. Volta. De maneira me succede O que temo, e o que desejo, Que sempre o que temo, vejo, Nunca o que a vontade pede.

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