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E se há questão psicológica em que há que atender aos fins da educação, é a da inteligência. Recordo-me da profunda emoção que me causou a leitura das palavras de um formoso livro, um dos que mais podem contribuir para a cultura do entusiasmo pela carreira de professor, o livro de Münsterberg: A psicologia e o mestre. Recordo-me.
Uma escola de psicologia há até, que hoje já invadiu a filosofia, a medicina e a pedagogia, que assenta tôda no estudo do sub-consciente e particularmente na pesquisa das impressões que nele gravou a vida sexual. Refiro-me
No notável estudo de psicologia literária de M. Fr. Paulhan sobre a descrição pitoresca, então habilmente apreciados os elementos constitutivos da pintura do meio, em todas as suas maneiras diversas na qualidade e na intensidade.
Será a psicologia, o conhecimento das faculdades mentais pelo exame introspectivo de indivíduos excepcionais, supra-normais quási sempre, filósofos que se deram ao trabalho de se estudar a si mesmo? Não. A psicologia do adulto é diferente da da criança e o estudo desta não se pode fundar no exame feito por ela própria. O estudo da psicologia da criança é quási como o da dos animais.
O curso prático, e acentuo a palavra prático, de psicologia experimental será uma maneira de logo, desde o início da freqùência da Escola Normal, habituar o futuro professor, a sentir-se professor, a despertar-lhe e trenar-lhe a aptidão, a pô-lo em contacto real, directo, concreto com a massa que tem de trabalhar, com a sublime argila que tem de moldar: a alma tal qual ela é.
Adestrar um animal, regular-lhe a conduta, é aprender muitas vezes a ensinar uma criança. Algumas vezes, por isso, recorrerei, se as circunstâncias o permitirem, a alguns exercícios de psicologia animal, para lhes esclarecer uma ou outra questão psicotécnica pedagógica. O exame objectivo das reacções será o escopo principal do meu curso.
A psicologia que havemos de praticar, será, mais uma vez o digo, de carácter principalmente objectivo, não só pela dificuldade, se não impossibilidade, do exame subjectivo no meio e com os indivíduos que temos de trabalhar, não só porque o exame objectivo constitúi uma fórma excelente de fazer a educação scientífica do aluno professor, de dar-lhe hábitos de observação e experiência extrospectivos ou melhor exteriores, essenciais
E assim como para o estudo do doente não basta conhecer os sintomas das doenças, porque é necessário sabê-los observar, assim tambêm não basta ao educador conhecer os fenómenos da educação, a psicologia, mesmo que esta tenha a feição moderna e scientífica, e se chame psico-fisiologia ou psicologia experimental, é necessário tambêm principalmente possuir a técnica da observação e da experimentação.
No aluno professor poder-se há com vantagem praticar a psicologia experimental subjectiva. A psicologia experimental não é apenas a psicologia objectiva, repito. E a propósito lembrarei as palavras do fisiologista francês Prof. Ch. Richet: «A observação interior constitui uma psicologia de observação tam fecunda, tam legítima, como a psicologia a mais experimental que se possa imaginar.
Sciência era ainda, e na derrota da sciência vai envolvida, toda aquela psicologia entrincheirada em fortalezas históricas que havia de justificar a guerra, o militarismo, e a arquitectura social e política que lhes convem.
Palavra Do Dia