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A solidão do logar inquietava-a, e a folhagem que a briza fazia murmurar docemente produzia-lhe um tremor d'inexpressavel voluptuosidade. Quando se dirigia para a fonte dos «Passeios», viu de repente n'um banco um homem mergulhado no mais profundo scismar. Estava .

Se ella, a morgada, olhava para elle a fito, produzia-lhe no rosto o effeito do sol que aponta em dia de calma avermelhava-o até aos globulos das orelhas; e José cossava-se a disfarçar, ou esbofeteava as moscas que lhe passeavam sobre a epiderme oleosa, e faziam titilações incommodas nas fossas nazaes. A morgada achava-o bonito, e dizia ás irmãs que era pena fazerem-no padre.

Para iniciar com ella a conversa que lhe daria, emfim, a luz de que tanto necessitava, era preciso referir-se primeiro a essa investigação. O que entrevia no fundo d'aquella alma tão terna e tão reservada, produzia-lhe, n'esse momento, uma vergonha de si mesmo e do seu procedimento, muito superior ás outras perturbações do seu ser.

Então, Frederico, penetrado pela quebreira que amolecia o ar, descia ao parque, escolhia um recanto de sombra e se demorava lendo um romance ou evocando as suas recordações e pensando no caso passional que o trazia inquieto. O calor, a irradiação crua do sol, faziam pesar mais o silêncio. A atmosfera resplandecia, tinha uma vibração especial no esplendor matutino da claridade. Até ao seu isolamento chegavam o chiar dos carros de bois, vergando sob a carga e atravessando os caminhos desertos, a cantiga idílica dum pastor distante, o sussurro das folhagens estremecendo ao vento, sôbre a sua cabeça. Em certos instantes, repousando das fadigas caseiras, Júlia, ao piano, tocava uma página musical que embalava suavemente a solitude. O sol saía em ondas pelas janelas abertas aos eflúvios do jardim e a música, nesta solidão inspiradora, adquiria maior sedução e beleza. Frederico, pousando o romance, analisava o estado particular dos seus nervos. Uma grande, inexplicável lassidão prostrava-o. Sentia-se incapaz dum mais vivo esfôrço de reflexão, dum metódico exame da sua sensibilidade. Parecia-lhe que estava fóra da sua personalidade psíquica: a realidade exterior produzia-lhe uma bizarra alucinação que o transtornava; mas, neste sobressalto intimo havia, alternadamente, certos fulgores de pensamento, relâmpagos de inteligência, que lhe aumentavam a angústia e a opressão interior. Um elemento estranho, tendo qualquer coisa de violento, de obscuro e de nítido, conjuntamente, invadia-o e perturbava-o. A imagem de Júlia acudia-lhe, sem repouso,

Suspendêrão-lhe o pescoço a uma argola pregada no muro, chamada gonilha, que levantando o corpo por uma fórma perpendicular, produzia-lhe uma posição dorida, difficil e quasi suffocadora, peior em soffrimentos que os mais barbaros castigos imaginados pelos tyrannos da idade média. Escalárão-lhe depois as costas e os peitos com azorragues de arame, que o ensanguentárão todo.