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E tu tambem, ó Humilde, ó Símples! enjaulados na vossa Ignorancia! Ó descalço a callejar o cerebro! Ó musculos da saude de ter fechada a casa de pensar! Ó alguidar de assôrda fria na ceia-fadiga da dôr-candeia! Ó esteiras duras pr'a dormir e fazer filhos! Ó carretas da Voz do Operario com gente de preto a e philarmonica atraz!

Crispou no travesseiro mãos de náufrago, como na carne de alguêm que o acolhesse, um amigo pr'a ouvir-lhe a confidência; disse coisas baixinho, o nome dela, chorou horas e horas, gemeu alto, diluindo nas lágrimas a angústia, sentindo contra o corpo extenuado a moleza da moinha a consolá-lo.

E então, fatigado a espaços mas não vencido, parava e encolhia os ombros, sorridente: Isto não são coisas pr'a mim... Mas, que remédio! se êste meu filho de nada quere saber... Eu nunca, papá, poderia substituir-te capazmente, advertiu Jorge, num parêntesis hipócrita de modéstia. Mas logo o pai com carinhoso desdêm: Vós, os rapazes de hoje, não valeis nada!

Ha-de echoar n'um gigantesco brado Da extensa planicie ao recondito val, O povo ha-de accudir. Um homem um soldado, Um soldado um heroe pr'a salvar Portugal! Acto I Scena final Amo-te porque és tão linda Como é linda a luz do sol, Tens o frescor da alvorada, Tens a côr afogueada Como os tons d'um arrebol.

Christão, pedi com senti que a tinha Prostrado ante o altar, quando eu pedi Recursos ao meu Deus... Recursos, não pr'a mim que nasci servo, Recursos para Vós, Rei desterrado Sob inhospitos céus! Pulsou-me o coração, senti no labio, Em vez da oração, soltar-se o hymno D'um peito portuguez! Ás lagrimas succede essa alegria Dos extasis que á mente imprimem vôos D'energica altivez!

Vence o ladrão, o nescio, o imbecil Oh! Quem tivesse o rir de Juvenal, Um raio pr'a orgia fulminar! Lisboa, 1892 Como é linda esta noite de luar! Nos raios de fulgor phosphorecente Vejo recordações do teu olhar! Fico então a scismar. Mas de repente Uma nuvem pesada, vagarosa, Lembra-me de que estás saudosamente Tanto longe de mim!

Veio cahir n'aquelle lodaçal Onde se espoja torpe, embriagada, Até ir decompor-se no hospital Se o amante que tem a desgraçada Não lhe der caridoso, bestial, O descanço pr'a sempre á navalhada. Lisboa, 1891 Eu amo-te, amo-te tanto Talvez não saibas o quanto Meu coração fazes pulsar; Talvez não saibas, ó linda, Como a tua graça infinda Me faz viver para amar.

Responda-lhe que eu fui proscripto, errante... E quando ao ninho caro alfim tornei, Não não tinha um pinto pr'a despezas, Mas nem a livraria, em casa achei. Pois bem, triumphará Vossa Excellencia... Agora, se lhe apraz... sim... cada qual Emprega neste mundo, como pode, O seu... ou pouco ou muito cabedal...

Era pr'a humanidade a esperança De um dia conquistar a felicidade. Os maus, porém, poderam com presteza Empolgar o que a todos pertencia. O sangue era direito a uns Nobreza E aos d'hoje o dinheiro A burguezia E foi assim que os bens da natureza, Que o creador a todos concedia, Se viram disputados com fereza, Se viram empolgar com ousadia. E appareceu a fome.

Na lucta, sim! Na lucta! Ella ha-de ser perigosa, Tem força o estrangeiro e nós desamparados, Na lucta, sim, na lucta! Antes a morte honrosa E contra o invasor todos somos soldados. Na lucta, sim, na lucta! A patria tão querida Não querem ambições estranhas respeitar; Não sabem que pr'a nós ella é santa guarida Onde temos familia, a mãe, a esposa, o lar! A patria!