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Mas eu sempre porfio Cada vez mais na minha teima insana. Tendo livre alvedrio, Não fujo o desvario; Porque este em que me vejo Engana co'a esperança o meu desejo. Oh quanto melhor fôra que dormissem Hum somno perennal Estes meus olhos tristes, e não vissem A causa de seu mal Fugir, a hum tempo tal, Mais que d'antes proterva, Mais cruel que ursa, mais fugaz que cerva!
Mas, como lhes esteve alli presente, E entendêrão o fim do meu desejo, Ou por outro despejo, Que a lingua descobrio por desvario, Morto de sêde estou pôsto em hum rio, Onde de meu servir o fructo vejo; Mas logo se alça se a colhê-lo venho, E foge-me a ágoa s'em beber porfio.
Mas a razão que a luta vence, em fim, Não creio que he razão; mas deve ser Inclinação que eu tenho contra mim. Coitado! que em hum tempo chóro e rio; Espero e temo, quero e aborreço; Juntamente me allegro e me entristeço; Confio de huma cousa e desconfio. Vôo sem azas; estou cego e guio; Alcanço menos no que mais mereço; Entaõ fallo melhor, quando emmudeço; Sem ter contradiçaõ sempre porfio.
Palavra Do Dia
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