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Sempre que o Rabbi prégava no Portico de Salomão, do lado da porta de Suza, Claudia vinha vêl-o do alto do terraço da Torre Antonia, , envolta n'um véo negro... Menahem, que guardava no mez de Tebeth a escadaria dos Gentis, vira a mulher de Poncius acenar com o véo ao Rabbi.

Devagar, sereno, como se explicasse a Lei aos seus discipulos, ergueu a mão e disse: Official de Cesar, Poncius, muito justo e muito sabio! O homem que tu chamas visionario, ha annos que offende todas as nossas leis e blasphema o nosso Deus. Mas quando o prendemos nós, quando t'o trouxemos nós? Sómente quando o vimos entrar em triumpho pela Porta d'Ouro, acclamado como rei da Judêa.

Depois, entre um brilho d'armas, surgiram as varas brancas dos lictores: e novamente Poncius, pallido e pesado, na sua vasta toga, subiu os degraus de bronze, retomou o o Assento Curul. Um silencio cahiu, tão attento, que se ouviam as bozinas tocando ao longe na Torre Marianna.

Para poupar, até ao Templo, a rude caminhada pelo Tyropêo e pela ponte do Xistus, tomámos duas liteiras das que um liberto de Poncius ultimamente alugava, junto ao Pretorio, «á moda de Roma».

Mas o soberbo Rabbi proseguiu, mais indifferente á ira de Poncius do que ao balar d'um anho que arrastasse ás aras: Que faria o procurador de Cesar em Alexandria se um visionario descesse de Bubastes proclamando-se rei do Egypto? O que tu não queres fazer n'esta terra barbara da Asia! Teu amo dá-te a guardar uma vinha, e tu deixas que entrem n'ella e que a vindimem?

Raros alli conheciam Bar-Abbás; muitos, de certo, não odiavam o Rabbi mas todos engrossavam o tumulto promptamente, sentindo, n'essa reclamação do preso que atacára Legionarios, um ultraje ao Pretor romano, togado e augusto no seu tribunal. Poncius no entanto, indifferente, traçava letras n'uma vasta lauda de pergaminho pousada sobre os joelhos.

Gamaliel murmurou sombriamente: O Romano é cruel, mas escravo da legalidade. Então Osanias, filho de Beothos, disse com um sorriso molle e sem dentes, agitando de leve, sobre a purpura das almofadas, as mãos resplandecentes de anneis: Ou talvez seja que a mulher de Poncius proteja o Rabbi. Gamaliel, surdamente, amaldiçoou o impudor da Romana.

De novo Poncius fallou, lento e vago: Dizes então que és rei... E que vens tu fazer aqui? Jesus deu outro passo para o Pretor. A sua sandalia pousou fortemente sobre as lages como se tomasse posse suprema da terra. E o que sahiu dos seus labios tremulos pareceu-me fulgurar, vivo no ar, como o resplendor que dos seus olhos negros sahiu. Eu vim a este mundo testemunhar a verdade!

O escriba, batendo com uma regra de ferro na pedra da mesa, tres vezes bradára o nome de Cesar. O tumulto ardente esmorecia. Poncius ergueu-se: e grave, sem trahir impaciencia ou cólera, lançou, sacudindo a mão, o mandado final: Ide e crucificai-o! Desceu o estrado; a turba batia ferozmente as palmas.

Debruçado de leve para o Rabbi, com as mãos abertas que pareciam soltar, deixar cahir todo o interesse por esse pleito ritual de sectarios arguciosos, Poncius murmurou, enfastiado e incerto:

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