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Ao pensar, pois, na sua união com Pero da Covilhan, Maria Thereza promettia a si propria, que seria sempre ao lado d'elle corajosa e risonha, velando tudo, tomando o maior quinhão nos dissabores do trabalhador indefesso, applaudindo os seus esforços, aconselhando-o, inspirando-o, confortando-o emfim com o seu olhar e o seu sorriso.

O auctor impressionou-se com a bella e romantica figura de Pero da Covilhã, a qual apparece na historia, um pouco esbatida, tão sómente pela exuberancia de luz com que se illuminam os quadros dos descobrimentos e conquistas subsequentes, que elle em tamanha parte preparou.

Com effeito, Pero da Covilhan podia ser util ao desfallecido rei na sua peregrinação e exilio, porque era mui intelligente, porque fallava com facilidade o arabe e outras linguas; mas D. Affonso V, despojado de grandezas, não tinha com que galardoar os merecimentos do moço escudeiro, por isso preferiu deixa-lo ao serviço do principe.

Seguiu o Infante seu caminho em sua ordenança, e a uma sexta feira XVI dias de Maio chegou ao lugar d'Alcoentre, em que dos ginetes e corredores d'El-Rei foi sempre seguido e perseguido, dizendo em altas vozes contra elle que os ouvia, palavras torpes e mui feas, chamando-lhe traidor tirano, e falso hypocrita roubador do povo, com outras vilezas e fealdades a estas conformes, das quaes o Infante sempre encomendava aos seus que se não anojassem nem lhes respondessem, e porém elle em as ouvir recebia em si muita dôr e grande sentimento, especialmente porque as bocas d'aquelles, porque tantas torpezas contra elle sahiam, lhe muitas vezes beijaram as mãos por honras e mercês que d'elle receberam, e como alojou alli seu arraial, coube a guarda da herva e lenha a Aires Gomes da Silva, sobre que vieram logo corredores da gente d'El-Rei travando com elles, e procurando escaramuça com desejo da gente do Infante se desmandar por algum seu dano, e com esses rebates que na guarda se faziam, veiu nova ao arraial que Aires Gomes com sua gente era dos d'El-Rei cercado e posto em grande affronta, a que o conde d'Abranches com grande trigança logo sahiu, e com elle quasi todos os do arraial não guardando alguma regra em sua sahida, antes com muita desordem e desmando romperam por muitas partes o palanque, e deram com muita força nos corredores, de que alguns d'elles achando-se atalhados, querendo-se salvar cahiram em um grande tremedal e lagoa, de que não poderam sahir, onde entre mortos e presos ficaram logo até trinta, e os vivos levaram logo ante o Infante, entre os quaes o principal era um Pero de Castro, fidalgo e criado do Infante D. Anrique, a que o Infante D. Pedro disse: «Ó máo ingrato e traidor, assi como por tua boca sahiram hoje tantas vilezas, com que tão falsa e desavergonhadamente magoavas minha pessoa e estado, como tambem não entraram em tua memoria as muitas honras e mercês, que de mim tão poucos dias ha recebestes, para as leixares de dizer, e contentares-te de me fazer mal com tuas mãos, pareceram por tua escusa que eram forçadas d'outro mando e senhorio maior, e não com a lingoa com que cuidavas que me escandalisavas os ouvidos, e tu feriste-me no coração, certamente a morte com que logo acabasses, ainda seria áquem da culpa que tens, e pena que mereces

Mandou matar em Medina del Campo, um dia pela festa, em seu paço, Pero Rodriguez de Vilhegas, adiantado mór de Castella, e Sancho Rodriguez de Rojas; e foi morto um escudeiro de Pero Rodriguez.

Estava pérto do Sinai, que percorreu, e, voltando a Tor, d'aqui se dirigiu a Zeila. Chegou emfim ás portas da Abyssinia. Ao cabo de tres annos de trabalhosas e arrojadas viagens, entrava finalmente Pero da Covilhan nos encantados dominios do legendario Préste João.

E tinha el-rei, quando partiu, e alguns dos que com elle iam, mulas em certos lugares, pero não chegaram com elle mais de tres; e foi por isto grande alvoroço entre os senhores e fidalgos do reino que alli eram, e alguns foram logo partidos d'el-rei.

Destinados á mesma adquiriria tambem Pero da Covilhan alguns lambeis, que D. Leonor encommendara com particular interesse, consoante á carinhosa rainha merecia, quanto tocava a D. Manuel seu dilecto irmão, mais tarde rei. Embarcou Pero da Covilhan para o seu destino.

Á entrada Pero da Covilhan, ao vêr o Préste, abaixou a mão direita até ao chão, e com ella tocou em seguida o alto da cabeça, consoante lhe fôra, a seu pedido, ensinado pelo introductor. Adeantando-se depois, ajoelhou em frente do soberano, a quem deu as cartas de D. João II, as quaes eram escriptas em arabe.

E El Rei se foi de Miranda á cidade do Porto, onde com elle se ajuntou logo o Principe seu filho, e a Senhora Infante D. Beatriz com todolos grandes e senhores principaes do reino. E d'alli foi enviado Pero de Sousa notificar a El-Rei de França a ida d'El-Rei D. Affonso, que de todo hi foi determinada.

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