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Comecemos por examinar esta singular pathogenia em relação ao delirio de perseguições a que primeiro se applicou.

Como a symptomatologia e a marcha da doença, a pathogenia d'ella mereceu tambem as attenções de Lasègue. Segundo elle, o delirio procederia sempre da necessidade que o alienado sente de explicar as sensações anormaes do periodo inicial, e resultaria, portanto, de uma consciente elaboração logica. «A crença n'uma perseguição, diz elle, não é senão secundaria; provoca-a a necessidade de dar uma explicação a impressões morbidas provavelmente communs a todos os doentes e que todos referem á mesma causa» . Por um raciocinio, pois, passaria o perseguido do vago mal-estar do periodo prodromico ao delirio systematisado e quasi invariavel que caracterisa a doença em plena floração. O facto inicial seria um phenomeno confuso da sensibilidade, uma perturbação emotiva, o phenomeno intellectual, o delirio, seria ulterior e nascido do primeiro. «

Este caso, que em nossa propria experiencia é o mais nitido, senão é mesmo o unico de um delirio paranoico offerecendo a evolução precisa e irrevogavel da entidade de Magnan, longe de confirmar as idéas d'este psychiatra em materia de pathogenia, infirma-as eloquentemente. Encaremos agora a duração e prognose comparadas do Delirio Chronico e dos delirios polymorphos.

A psychiatria ingleza, orientada n'um sentido eminentemente analytico e, sobretudo, caracterisada pela investigação minuciosa dos symptomas e das causas, tem-se conservado quasi sempre alheia aos problemas de pathogenia que tão apaixonadamente sollicitam os paizes continentaes.

Vamos vêr que n'um ponto de maxima importancia, não tratado pelo eminente professor da faculdade de Paris no seu trabalho de 1852, Legrand du Saulle acompanha a memoria de Foville. Refiro-me á passagem do delirio de perseguições ao de grandezas, explicada, como vimos, por Legrand du Saulle acceita esta mesma pathogenia. «Depois, diz elle, de ter soffrido tantas hostilidades da parte de implacaveis inimigos, depois de ter sido victima de tantas intervenções devidas á magia ou ao electro-magnetismo, o perseguido recolhe-se por vezes e pensa: Como podem em pleno seculo XIX produzir-se factos d'esta natureza?

Spitzka, A Manual of Insanity, 1883. No mesmo anno, Hammond occupa-se dos delirios systematisados, sem, todavia, se pronunciar sobre a sua pathogenia. Hammond, A Treatise on Insanity, 1883. Não conhecemos, senão por ligeiras noticias de Tanzi e de Séglas, a litteratura russa da Paranoia.

Se essa theoria prevalecesse, a autonomia nosographica do delirio systematisado de perseguições seria inteiramente chimerica; e todo o esforço de Lasègue para o destacar da melancolia delirante resultaria inane, pois que a pathogenia, a despeito de todas as possiveis differenciações symptomaticas, identificaria definitivamente as duas doenças.

Assim, por exemplo, quando ainda o pratico espirito francez se occupava em fazer pelas pennas de Lasègue e de Foville a minuciosa descripção clinica dos delirios systematisados de perseguição e de grandezas, o cerebro allemão, que os tinha entrevisto, prematuramente lhes assignalava pela voz de Griesinger urna hypothetica pathogenia.

Tanzi e Riva, La Paranoia, in Rivista di Freniatria, vol. x, pag. 293. A analyse d'esta definição, que a pathogenia tem de completar, permitte reconhecer, antes de tudo, a posição dos auctores em face das diversas doutrinas allemãs.

Prichard, Treatise on Insanity, 1833. Mercê dos escriptos classicos de Hack Tuke e Bucknill, o termo monomania, começou em 1858 a ser substituido pela expressão delusional insanity, hoje correntemente empregada para indicar os delirios systematisados. Mas a designação nova não implica uma pathogenia definida, porque o termo delusion significa apenas concepção falsa ou idéa delirante, sem referencia a origem. Segundo Tuke e Bucknill, a delusional insanity poderia ser secundaria, como algum tempo pretendeu Griesinger.

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