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Ao lançar ancora a amarra se partíra roçando pelas rochas. Este successo desastrado arrancára da bôca do arraes a energica exclamação, que tão terrivel fôra ferir-me os ouvidos no meio das minhas dolorosas cogitações. Felizmente uma vaga monstruosa, erguendo o chasse-marée sobre o dorso, o arrojou por entre os parceis, talvez por cima delles, e nos salvou da morte, que aliás sería inevitavel.

Açoutado pelos ventos, empurrado pelas correntes, dirigindo caravellas imprestaveis e estragadas pelo tempo e pelos mares, manobrava, todavia, posto que velho, com aquella pericia, que o distinguira no meio dos mais perigosos parceis. Em Veragua deparou um excellente porto banhado por um rio navegavel, ao qual deu o nome de Belém.

Elles seguem no mar, altivos no seu rumo, Em halitos de fogo, á nossa voz fieis, E como o combatente erguendo a lança a prumo, Era turbilhões rompendo, as flamulas de fumo Ostentam sem cessar correndo entre os parceis! Que sopro creador, que força omnipotente Os fez surgir do nada, os monstros colossaes?

Pantaleão d'Aveiro, fr. Antonio das Chagas, e dezenas d'estes talismans, que tem salvado o leitor e a mim de soçobrarmos nos parceis que esbravejam á volta de Calisto. Eram duas horas da manhã, quando o morgado experimentou uma sensação, que viria a definir-lhe o espirito, se alguem carecesse de vêr este homem a luz extraordinaria.

Ha muito que em Portugal não havia tempestades litterarias; bonança e calmaria constantes permittiam seguir todos os rumos, vogar pelo vasto oceano das lettras sem que impetuosas correntes, ventos contrarios ou perigosos parceis estorvassem a passagem.

A escola da fórma, julgou que o estylo constituia a primeira e unica belleza das obras d'arte, e considerando esse theorema como axioma, veio a naufragar nos parceis do ridiculo.

A Justiça, a inspiradora do livro que se intitulou graciosamente os SALÕES, apparece-nos ahi sem a venda gentilica, pelos olhos da historia a Fatalidade inflexa ; e emerge á flôr d'estes parceis, que nos atormentam, as evoluções da Providencia. Não estamos afeitos a taes livros com assignalado sinete portuguez.

Os vinte annos são a alegria, a innocencia, a expansão; ainda não viveste bastante para provar o travo amargo da vida, não sabes conhecer a tormenta que ha de vir pela nuvem que negreja, nem a bonança pelo santelmo, nem os parceis pelo refluxo da vaga marulhosa, nem o porto pelo perfume embalsamado da terra.

Cunha Vianna. RELAMPAGOS com um prologo por João Penha. Livraria Internacional. Porto, 1874. O author está na primeira florecencia dos annos. Reçumbra-lhe do rosto a branda tristeza dos que soffrem com o encontro da incerteza nos umbraes da vida. Nuta entre os parceis, quando as vagas descahem, e lhe abrem um vacuo onde as idealisações lhe não dão , nem o positivismo ancora.