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O Judas ficou n'um vasto telheiro que, dentro do pateo, se encostava ao muro da quinta. O machinismo do pandeiro e da saca dos trinta dinheiros, invenção do 86, levara muito tempo, e dera muito trabalho, de modo que foi possivel acabal-o, á luz de lanternas, na sexta feira á noite. O Judas, finalmente prompto, estava de papo ao ar, no chão, hirto, inchado, apopletico.

O 86 queria que fosse de veterano. O 416 preferia um fato de hespanhol com as respectivas castanhetas. A sua opinião venceu, com uma simples modificação: as castanhetas seriam substituidas por um pandeiro. Padre João, n'uma visita ao collegio, disse que o fato de hespanhol não era proprio para Judas; que seria melhor vestil-o de judeu.

Judas está agora sósinho, sempre sentado junto da fonte, novamente immerso nas suas meditações. Anoiteceu. O luar vem rompendo, illuminando toda a paísagem e coando-se pelas folhas do arvoredo. Uma paz enorme reina em todo o quadro. Calaram-se as cotovias, calaram-se os rebanhos; apenas os ralos se fazem ouvir, estridulos. Muito distante, porém, distinguem-se os sons mal definidos de uma melodia: são os ultimos romeiros, que veem para a festa da Paschoa tangendo psalterio, frauta e pandeiro.

Ora, Senhor, tomemos tambem nosso pandeiro, e vamos festejar os noivos; ou vamos consoar com as figuras, porque me parece que esta he a mor festa que póde ser. Mas espere v. m., ouviremos cantar, e na volta das figuras nos acolheremos. Moço, accende esse mólho de cavacos, porque faz escuro, não vamos dar comnosco em algum atoleiro, onde nos fique o ruço e as canastras.

Juncto da cidade appareceram dez rapazes vestidos de verde, dançando á mourisca ao som de pandeiro, e logo depois outros dez vestidos d'amarello com tambor e flauta, dançando tambem, e saltando com um meio arco, que cada um d'elles trazia, enredando-se e desenlaçando-se rapidamente. Apoz estes vieram mais dez vestidos de romeiros, bailando á roda de um tambor, e cantando os louvores do Legado.

O moço que entra em terreiro E não toca o chão de leve, Polo ar voa o pandeiro, E a toda a festa se atreve Ele com seu parceiro, Este tal baile, este cante, Este seus jogos ordene, Corra, va, pase adiante, Este voltee, este espante, Este penas e pene! Mas quem se vêm das pontas, Não acha o que soía em si, Começa entrar noutras contas: Ouvi ja milhor e vi, Suar e passar afrontas.

Mesmo assim, como apito em larga praça Ou de folles qual gaita d'espavento, Ou mesmo o som alegre d'um pandeiro, Juntou em volta a si com mil gaifonas Um sem num'ro de ser's, todos galantes: Chegaram patos. Gallos e gallinhas Subiram a um poleiro que ali 'stava, E d'altiva fronte, qual cegonha Ensinaram o seu mestre, piaram.

As mãos eram duas luvas de algodão com recheio de palha; na esquerda tinha um pandeiro, e na direita a saca dos trinta dinheiros. Por um artificio sabiamente imaginado, a saca do dinheiro devia, quando se puxasse por um arame, bater no pandeiro, e fazel-o soar. Na bôca um charuto: era uma granada envolvida em folha de tabaco. Nos pés, esporas de lata, com polvora dentro.

Garifa, repetiu Fernando; Garifa... ora espera... Garifa não era aquella rapariga moura que vinha ao terreiro vender fructa? João Bispo fez com a cabeça um aceno affirmativo. ­­Uma rapariga sempre alegre, que na procissão de Corpus tangia pandeiro e dançava com tanta desenvoltura, trazendo o vestido cheio de cascaveis? ­Sim. Que tão bem cantava umas cantigas castelhanas? Sim.

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