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Estava á sua vontade vestido de palhaço, e, como se sahia muito bem das suas cambalhotas e caretas, o mestre provava-lhe ordinariamente a sua satisfação por algum presente, como um boneco de bolacha, ou um grande frito de maçã; os dons da sua magnificencia nunca iam mais longe, e Natchès era-lhe muito reconhecido.

Pois se esta noite mesmo, ao começar a escrever, ao pensar em ti na tua morte, Suze! eu fui palhaço, eu quebrei em esgares a emoção, e mimei um ar gelado, irónico, impossível, quando queria chorar perdidamente, quando queria beijar os pés ao teu cadáver...

Enforcado não. Lembra um palhaço.

Voltando-se para uma tremenda mulher, toda caiada de branco como um palhaço, a quem chamavam o Corsario, o Sabio começou: a chimica existe, creia, madama. No fundo de todas as acções e de todos os phenomenos, encontramos a chimica... Na primavera e no odio. Vocês nunca viram fóra onde existem arvores?... Sim ha arvores e aguas... Ahi n'estes dias de chuva a terra é como um laboratorio immenso. Tudo se envolve em agua, arvores, matto, campos ensopados: nos montes corre um oceano: as nuvens liquifazem-se... Billiões de gottas. E de toda esta lama, das folhas seccas arrasto, da terra inerte se obram prodigios: reacções, transformações, a vida emfim. Vocês nunca viram uma grande nuvem verde pousada sobre os campos?...

Fóra esse Deus! Abaixo esse Deus salafrario, Deus com ramo de loiro á porta do Calvario, Deus que marcha ao suplicio, á epopeia da Dôr Com Cyreneu na frente a rufar n'um tambor, Deus de quem Harpagão é caixeiro e Tartufo Guarda livros, um Deus palhaço, um Christo bufo, Um martyr de aluguel, ebrio, que se apregoa Com guisos atinir nos espinhos da c'roa, Um Deus a quem Mandrin passou folha corrida, Um Deus que fez da morte o seu modo de vida, Um Deus que representa a farça da Paixão Pintado, ensanguentado a vinho e a vermelhão, Um Deus que sobe ao céo, acrobata farnesio, Em aerostato, a vai no banho d'um trapesio A fazer o signal da cruz e a prancha com limpeza Identica, arrojando á multidão surpreza Bençãos anjelicaes variadas e embrulhadas Em prospectos, e emfim descendo ás gargalhadas, Para ir repartir em qualquer sacristia Os lucros da função por toda a companhia!

Aquella cabeça de anão, aquella cara de papel, e os saltos de da perna coxa promettem á festa um palhaço soberbo. Por quanto se aluga aquelle senhor? Juro-lhe que vale quanto pesa... em cobre. Dou-lhe os parabens! Foi um achado. Posso saber o que elle custa á policia de sua magestade o imperador e rei?!...

Anda-lhes o corpo a cavallo nas pernas; teem cabeça de quem viu bicho; esgroviados: sorrir bruto: dando sempre aos hombros: uma especie, nos modos, do perfil de uma bengalla com castão figurando um saguí; voz difficil; meio gagos: o que quer que seja de um palhaço morto!... Um, perdeu de todo a memoria, depois de um ataque de congestão cerebral; e está para ali sem dar accordo de si.

No tempo em que eras forte, foi teu braço Que apunhalou os grandes ideaes!... Hoje estás gordo, sensural, devasso, E andas, torpe a rir, como um palhaço, N'um circulo lusente de punhaes. Tu tens vendido os justos no mercado! Crucificado o nobre, o bello e o bom! Vaes cahir templo pôdre e abandonado, Não á voz de Jesus ensanguentado, Mas ao verbo sinistro de Proudhon.

E a tua silhuete loira e desgrenhada, Tem risos de cristaes partidos, que eu bem sinto, Em noites de volupia, á luz da madrugada! Á noite, as tuas mãos, são gumes de punhal, Depois de terem morto alguem sem fazer mal... Tua voz é o Fado... eu ouço-o quando passa! No Mundo és o Drama, a Farça, és a Comedia! Ás vezes tambem és palhaço na Tragedia!

O caso é que Rabelais, á hora que os camarotes se despovoam, parece preparar na mente, a julgar pela contracção sarcastica das faces, um novo romance satyrico em que moteje da composta austeridade da sociedade portuense n'um theatro onde, ha cincoenta annos, se queimou fogo artificial no palco, executado por João Semelhes, e um palhaço divertiu os espectadores com a graciosa Macaquinha, e se dançou o Fandango, e se fez a exhibição da Corda Bamba.

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