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Mandou o Regente outrosi em nome d'El-Rei fazer e pôr editos publicos, com pena de morte e perdimento de bens, a todos aquelles que estivessem no Crato e nas fortalezas do Priol, se dentro de dez dias não se sahissem, salvo as vinte pessoas á Rainha ordenadas, e assi com promessa de perdão de todos os casos aos que a El-Rei logo se viessem.

E Alvaro de Brito Pestana, que tinha então carrego dos espingardeiros d'El-Rei, lhes mandou outrosi, que de um cabeço em que estavam tirassem aos do Infante, em que se fez algum dano, e o Infante vendo começos de tanto mal, pelo em alguma maneira desviar, mandou poer fogo a algumas bombardas que trazia encarretadas, e que tirassem aos do cabeço, de que cria que o dano recebido procedia, d'onde por máo tento e pouco resguardo d'algum bombardeiro dos do Infante sahiu a pedra de uma bombarda que foi dar junto com a tenda d'El-Rei, sobre que muita e nobre gente logo acudiu, cuidando que na pessoa d'El-Rei fizera algum dano como publicamente se disse, o que não fez.

Ao que El-Rei pela grande affeição que lhe tinha, folgava muito de satisfazer, e enviou para isso ao Infante D. Pedro mui autenticas aquellas provisões que sentiu ser necessarias, por cuja virtude o Infante em favor do Mestre d'Alcantara, e contra a tenção do Infante D. Anrique Mestre de Santiago, enviou a Castella por vezes e tempos, muita gente abastecer Magazella e Bemquerença, fortalezas do Mestrado d'Alcantara, e assi tomar a villa de Salanqua, que estava pelo Infante D. Anrique, e por outra vez enviou outrosi muita gente d'estes reinos a Andaluzia, em ajuda e soccorro do Condestabre, e em desfavor e dano do mesmo Infante D. Anrique, e lhe tomaram Carmona com seu grande destroço.

Outrosi que para maior seguridade e firmeza das ditas pazes, o Infante D. Affonso filho primeiro do Principe D. João de Portugal, tanto que fosse em idade de sete annos casasse por palavras de futuro, e em idade de quatorze annos por palavras de presente, com a Infante D. Isabel, filha maior dos ditos Rei e Rainha de Castella, e além dos corregimentos de sua pessoa, casa e camara, houvesse em dote quarenta contos ou milhões de reaes, pagos em certo modo e tempo, em que os vinte contos d'elle entravam em satisfação pelas despezas que El-Rei D. Affonso tinha feitas na guerra, os quaes em todo caso este reino de Portugal sempre havia d'haver, posto que os outros vinte contos por algum caso que sobreviesse houvessem de ser restituidos a Castella.

Requereram outrosi que alguns bispados d'estes reinos reconhecessem superioridade ao arcebispo de Sevilha, como Metropolitana sua, que sempre fôra. E assim apontaram sobre tomadias de navios, que se fizeram, requerendo restituição, apontando e allegando sobre cada uma d'estas cousas muitas razões e fundamentos de direito: porque entre elles era um grande doutor de direitos.

E que d'alli poderia seguramente passar o Tejo e entrar na Beira, onde o Marechal por ser comarcão, com outros fidalgos e gentes se iriam para ella, e que o conde com todolos outros fidalgos outrosi lhe acudiriam e a recolheriam em suas terras, que logo começaria de reger, e que da execução e obra d'esta empresa os Infantes seus irmãos, e assi todolos outros seus servidores tomariam mais esforço e desejo de a proseguir.

Outrosi de sua creação, por tal maneira está mui evidente o perigo do Infante D. Pedro Regente, e tambem nosso; porque segundo a Senhora Rainha, isto que acordamos sente por sua deshonra e grande quebra de seu estado, como em suas cartas e protestações parece claro, não é duvidar que criaria El-Rei em odio contra o Regente e contra nós, de que ao diante poderia por isso commeter uma grande crueldade, em que não haveria remedio.

Acordaram outrosi, por quanto em Castella começava d'haver movimentos, que pareciam principios de guerra, que os alcaides das fortalezas dos estremos fossem avisados sobre bôa guarda e defensão d'ellas: e assi que se fizesse o geral acostumado chamamento, para o saimento que se havia de fazer na Batalha, e côrtes em Torres Novas.

Ás quaes vieram outrosi embaixadores do dito D. Fernando Rei de Cecilia, e da Rainha D. Isabel sua mulher, para com evidentes causas impedir o effeito do dito casamento.

A que os ditos Rei e Rainha, com outras razões que pareciam ser conformes a justiça e honestidade, responderam e outrosi requereram que elle não entrasse nos ditos reinos, que sómente a elles diziam que pertenciam.