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Eu por mim não terei um astro bom nos Ceus, Nem uns olhos leaes que chorem pelos meus, E que inda a fronte mal me obscureça a magoa, Como espelhos d'amor sejam rasos d'agua!... Sósinho passarei, e não irei jámais, Pelas murtas com ella ás tardes outomnaes; De inverno não terei os consollos do lar, Nem do estio a doçura immensa do luar; Meus filhos não irão jámais colher os ninhos; Ninguem virá á tarde esperar-me nos caminhos!

Ó tristeza do mundo em tardes outomnaes! Longinqua dôr beijando-nos o rôsto... Crepusculo esfumado em intimo desgôsto, Bôca da noite acêsa em frios ais... Aparição soturna, vaga imagem Do mêdo e do misterio... Que solidão escura na paisagem! Tem phantasmas e cruzes, Tem ciprestes ao vento e moribundas luzes, Como se fosse um grande cemiterio.

Reso de joelhos vendo a tarde triste, Pintada a sangue, em longes de pinhaes... Vendo imagens de estrela em charcos de agua, O oiro caido ao chão das arvores outomnaes E as nevoas, frias tunicas de magua, Vestindo outeiros nus... Vendo o fumo de rusticas lareiras, Onde ha velhas fiando em negras preguiceiras O livido lençol que as ha de amortalhar, E rezam n'uma voz de sombra: amen Jesus... E ficam-se a scismar... fóra, ouve-se uivar phantastica alcateia E andam Bruxas a rir... Rangem velhinhas portas, Treme a luz da candeia, A cinza sobe no ar, as brazas mortas Começam a luzir...

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