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Applica, Dirceo, agora Os olhos para esta parte: Aqui tens o verde Louro, Que inda estima o Pastor louro, E a Rede, que enlaça a Marte. Vês este Arco destramente De branco marfim ornado? Á Casta Deosa servia, E o perdêo quando dormia Do gentil Pastor ao lado. Vês esta Lyra? com ella Tira Orpheo ao bem querido Dos infernos aonde estava. Vês este Faról? guiava Ao meu nadador de Abydo.

Ornou sublime esfôrço ao grande Atlante, Com qu'a celeste máchina sustenta; Honrou a Homero o engenho, com que intenta Grecia do quarto ceo passá-lo avante; Coroou claro Amor de amor constante A Orpheo, na paz firme e na tormenta; Inspirou a Fortuna, em tudo isenta, A Cesar, de quem foi hum tempo amante; Exaltaste tu, Fama, a gloria alta De Alcides no monte em que resides; Mas Castro, em quem o Ceo seus dões derrama, Mais orna, honra, coroa, inspira, exalta, Que Atlante, Homero, Orpheo, Cesar e Alcides, Esfôrço, engenho, Amor, Fortuna e Fama.

Será isto, a um tempo, entrar no assumpto, e responder aos theologos que, á mingua de razões, invocam de vontade, n'esta materia, a auctoridade de Ovidio, de Horacio, de Lucrecio, de Virgilio, de Hesiodo, de Orpheo, e d'outros escriptores de costumes sobre modo extravagantes que, a tal respeito, repetiram as idêas do antigo paganismo e nada mais.

Visconde de Castilho, e nem aquella potentissima intelligencia, nem aquella phrase, que nos faz acreditar a fabula de Orphêo, nem a auctoridade d'aquella quasi intuição do bom e do bello ha conseguido, que amanheça para as criancinhas o dia da sua regeneração intellectual.

Os dramas de Mussato compostos no principio do seculo XIV, e em latim, são Ezzelino e Achilles, imitações de Seneca, escriptas com um tão falso estylo como o do dramaturgo romano. Foi no XV seculo que appareceram na Italia os primeiros dramas vulgares: Lourenço de Medicis publicou a Representação de S. João e S. Paulo, e Angelo Policiano deu pouco depois a sua tragedia intitulada Orpheo.

A humanidade tem-se gosado sempre de possuir seres privilegiados para a instruirem, quer queira, quer não; a sibylla de Gumas, Orpheo, Apolonio; sem fallarmos no Lavater que lia na cara do sujeito, ou no Gall, capaz de cortar o cabello á escovinha ao genero humano para lhe apalpar melhor as bossas. De tudo isto a mulher de virtude é o que tem havido melhor!

Ha no entanto theologos mais audazes e illustrados que nos dão descripções mais miudas, variadas, e completas do inferno; e, bem que não saibam em que local do espaço tal inferno esteja, consta-lhes que alguns santos o viram. De certo que estes santos não foram com a lyra em punho, como Orpheo, ou com a espada na mão, á similhança de Ulysses: baixaram arrebatados em espirito.

Agora tu Caliope me enſina, O que contou ao Rei, o illustre Gama: Inſpira immortal canto, & voz diuina, Neſte peito mortal, que tanto te ama. Aſsi o claro inuentor da Medicina, De quem Orpheo pariſte, o linda Dama: Nunca por Daphne, Clicie, ou Leucothôe Te negue o Amor diuido, como ſoe.

E vós, pastores rudos deste outeiro, Porque a todos, emfim, se manifeste Que cousa he amor puro e verdadeiro; Á sombra deste funebre cypreste Me fareis hum sepulcro sem arrêo De boninas que o prado ameno veste. As desusadas musicas de Orphêo Aqui me cantareis; e desta sorte Não haverei inveja ao mausolêo.

Parece que a beija-la o deos se atreve, E que ainda dos beijos mal soffridos Inclinado lhe foge o tronco leve. ERGASTO. Outro vaso porei d'hera cingido, No qual Orpheo das aves esquecidas E dos suspensos bosques he seguido. Não cuido que de faia são sahidas De tal arte, lavor de tal maneira: Tambem obra he d'Alceo, das mais polidas.