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Do resto fez doação inteira a D. Francisca Joanna a velha hoje cega e decrepita que no princípio d'esta historia incontrámos dobando á sua porta na casa do valle. A velha não tinha mais familia que um neto e uma neta. A neta era Joanninha, filha unica de seu unico filho varão, e ja orphan de pae e de mãe.

Estava o rapaz n'este auge de glorificação propria, e inveja dos visinhos, quando falleceu a mãe de Theodora. A orphan, apenas sua mãe cerrou olhos, foi conduzida para casa de Romão, seu tio paterno. A criança ia lagrimosa e carecida de meiguices e consolações de alguma senhora, que lhe fallasse a linguagem polida á qual estava afeita.

«Tendo anoitecido, acompanhados com vinte tochas adeante fomos ao palacio da infanta D. Maria, irman de D. João III, a qual, tendo ficado orphan em tenra edade, não quiz jámais casar, posto que fosse robusta, formosa, e procurada. Era alta, e teria d'edade cincoenta annos, posto que não pareça á primeira vista.

Apenas fallecida sua mãe, Theodora foi recolhida ao convento das Ursulinas, por deliberação d'um tio paterno, constituido espontaneamente tutor da orphan. Affonso, aconselhado pelo coração e por sua mãe, visitava a educanda, disfarçando as frequentes visitas com a innocente mentira de parentesco.

Em quanto os vossos pensadores cavavam e alqueivavam a grande leira da ontologia, e ao cabo de uma noute perdida em cogitações mysteriosas deixavam cair a fronte calva e extenuada sobre os in-folios obscuros; emquanto elles discutiam o incomprehensivel, e atacavam de frente o desconhecido, á similhança do pagem da ballada que limpava a sombra de um cavallo com a sombra de uma escova; em quanto bracejavam furiosos, procurando rasgar as brumas que lhes encapotavam o espirito; ella, a deosa, a musa do idyllio e da canção amorosa, do rompante bellico e da endeixa suave, ella, a inspiração, o anjo, atravessava o mundo radiante e carinhosa, alentando o fraco, abençoando o innocente, recebendo a prece da orphan para a elevar a Deos entre canticos, amando, padecendo, trabalhando por todos, fazendo romper o sol da consolação e da esperança do seio do vasto mar das lagrimas humanas!

Qualquer d'ellas, a resguardo das outras, havia pensado em ser a mais amoravelmente olhada dos olhos de Affonso, o galhardo moço, que tantas graças tinha, como se lhe não bastasse ser rico! O amador da orphan das Ursulinas, se podesse suspeitar que suas primas conjuravam em disputar-lhe uns grãosinhos do incenso de Theodora, não faria menos que odial-as.

Quem morreu é rezar-lhe por alma atalhou com grammatica, mas com piedosa intenção, o tio padre Hilario. Theodora estava a rebentar de raiva, quando Eleuterio recolheu ao bucho das cruas sandices outras muitas que lhe ferviam nos gorgomilos. Ahi está uma amostra de Eleuterio Romão dos Santos. O conselho de familia deliberou o ingresso da orphan nas Ursulinas.

*Manuel*. Oh minha filha, minha filha! (Silencio longo) Desgraçada filha, que ficas orphan!... orphan de pae e mãe... (pausa)... e de familia e de nome, que tudo perdêste hoje... (Levânta-se com violenta afflição) A desgraçada nunca os teve! Oh Jorge, que ésta lembrança é que me matta, que me desespera! (Appertando a mão do irmão, que se levantou após d'elle e o está consolando do gesto.)

Do resto fez doação inteira a D. Francisca Joanna a velha hoje cega e decrepita que no princípio d'esta historia incontrámos dobando á sua porta na casa do valle. A velha não tinha mais familia que um neto e uma neta. A neta era Joanninha, filha unica de seu unico filho varão, e ja orphan de pae e de mãe.

*Telmo*. Emendae-o, senhora. *Magdalena*. Não, Telmo, não preciso nem quero emendá-lo. Mas agora deixae-me fallar. Depois que fiquei so, depois d'aquella funesta jornada de Africa que me deixou viuva, orphan e sem ninguem... sem ninguem, e n'uma edade... com dezasette annos! em vós, Telmo, em vós so, achei o carinho e protecção, o amparo que eu precisava.