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Passada, porêm, a Madeira, o tempo amainára, e agora, enquanto a dupla hélice do Almería fazia o seu arroteio manso de espuma, pela imensidade movediça do oceano o espelhamento límpido do céu prolongava-se, águas adentro, em opalinas suavidades, em claridades duma transparência infinita. Como conseqùência, a bordo restabelecia-se a tranqùilidade e pelas diferentes cobertas a mancha buliçosa e a sonora chalra dos viajeiros alastravam, cruzavam-se, demandavam-se e cresciam numa algarada cantante de alegria. Á hora de comer, noite, João da Silveira baixou, entre os primeiros, a ocupar o logar de acaso que lhe haviam indicado e êle aceitára dócilmente, no seu altaneiro desdêm por aquela camaradagem fortuita de gentes vindas não sabia bem donde e destinadas a desvanecer-se pronto, finda a viagem, no distanciamento vago da indiferença. Era o único logar que havia ainda vago, numa pequena mesa para cinco talheres. Sentou-se. Até

Não o cries, que tens de te despedir dos bailes, das noites triumphantes em que a valsa nos arrebata nos circulos vertiginosos, em que as flôres e as finas essencias nos embriagam com o perfume enervante, em que a musica nos côa nos sentidos as suas caricias languidas, em que a luz crúa do gaz nos beija as espaduas opalinas, em que a admiração dos homens nos envolve na audaz provocação dos seus olhares, em que a inveja das mulheres nos enrosca em espiraes de cobra.

Ávido, o infante sugava, cavando as bochechas e o leite, afluindo, rasgava passagens como a torrente que se despenha da altura vincando a terra e arrastando o que se lhe antolha á levada. O Divino alimentava-se do soffrimento humano e naquellas opalinas gottas de leite sangue e agua fundidos em candura o ceu commungava na terra.

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