United States or Puerto Rico ? Vote for the TOP Country of the Week !


As estrellas, que guardam a manhã, Ao verem-me passar triste e calado, Olhavam-me e dixiam com cuidado: Onde está, pobre amigo, a nossa irmã? Mas eu baixava os olhos, receoso Que trahissem as grandes magoas minhas, E passava furtivo e silencioso, Nem ousava contar-lhes, ás estrellas, Contar ás tuas puras irmansinhas Quanto és falsa, meu bem, e indigna d'ellas!

Era o Orgulho... o Poder... a Riqueza... loucuras, Chimeras juvenis do meu abril risonho, Borboletas azues, larvas escuras Que deslisaram no meu sonho... Todas essas visões, d'aspectos sobrehumanos, Por deante de mim, lentas, passavam... E olhavam-me e choravam, Como espectros de longos desenganos Que os meus olhos das trevas evocavam... E olhavam-me e choravam, Sumindo-se nas sombras da floresta, Aos primeiros clarões da madrugada Como um rumor de festa, Despertavam, partindo em revoada, As aves a cantar.

Não sei se era visão, filha do Mêdo, Se verdadeira apparição nocturna; Mas da sombra profunda do arvoredo, Que o luar tornava muito mais soturna, Vinham surgindo mysteriosamente Phantasmas espectraes que eu distinguia Através do sudário transparente Como o primeiro alvorecer do dia... E por deante de mim todos passavam, E olhavam-me e choravam... De mágoa ou compaixão, não sei dizê-lo; Mas tudo o que aos meus olhos evocavam Parecia-me um longo pesadelo... Eram os Sonhos, as Chimeras mortas Na minha morta Phantasia, Que do vasto sepulcro abrindo as portas, Passavam nessa funebre theoria... Projectos, Intenções, Ideias, Planos, Illusões d'um passado esquecido e desfeito, Na areia que rolou da ampulheta dos annos E que um vento de morte espalhou no meu peito.

Palavra Do Dia

sentar-nos

Outros Procurando