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O interior da casa correspondia ao exterior. Tudo era rico e de bom gosto; somente, na sua disposição, faltava talvez um certo cunho de elegância íntima, que revela sempre a presença de uma mulher. O sr. Nuavias é casado? perguntou Sauvain. Ainda não, mas não tardará, disse Jacinto, soprando como um cachalote. Deveras... o senhor não está na confidencia? Nem pouco, nem muito!

Abriu a caixa, e tirou de dentro um maço de papeis cetinosos. Notas do banco!... exclamou ela. Devem ser noventa e duas, disse o aventureiro, as mesmas que o senhor Germinal destinava para o dote de Rosa; ora, como não é possível dar-lhes melhor aplicação, o senhor Nuavias resolveu restituir-lhas. Tome-as , compadre... A mim!... Eu!... balbuciou o senhor Germinal.

Os artistas são alegres... murmurou ele. Temos muito que rir, se o senhor também entra... Se entro!... em quê? Na farsa. Qual farsa? A que vai representar-se. A quem? Ao senhor Nuavias, se ! Não entendo. Ah; bom! faz-se de novas... Basta!... Bico calado! Faça conta de que eu nada disse... Suponha que me não participaram coisa alguma... que ignoro tudo...

André. Eu!... Sim? sem a menor dúvida! Nuavias é apenas o anagrama de Sauvain. Porém, esta casa... Ah! tem razão... Esta casa... Ora queira procurar novamente na caixa, senhora noiva... Na caixa havia ainda outros papeis; mas esses eram espessos, pesados, com selo, cobertos de maçuda escrita, e rubricados por dois tabeliães.

Mas enfim, disse o senhor Germinal, suando em bagas, esse Nuavias é o senhor, ou é o diabo?... Nem um, nem outro... Querem conhecê-lo? Quero... quero... quero... gritaram três vozes ansiosas. Pois bem! Esse jovem e belo senhor Nuavias, esse feliz senhor Nuavias, que dentro em quinze dias vai desposar uma encantadora menina; esse afortunado senhor Nuavias, de quem somos hospedes, é...

Era um homem gordo, de rosto jovial e rubicundo, com o pescoço descoberto, ermo de pelos e enrugado como o de uma perua. Usava enormes brincos nas orelhas, e notava-se-lhe numa das faces prodigiosa inchação. Mora aqui o senhor Nuavias? perguntou André. A esta interpelação, o porteiro nada respondeu. Lançou um jacto de saliva negra, fitando André, a quem mediu de alto a baixo.

Pois bem! é precisamente a respeito do seu próximo casamento, que se prepara uma surpresa ao senhor Nuavias. E essa surpresa em que consiste? Isso é querer saber muito! Parece-me que vai haver grande risota, e eu começo a rir, com essa ideia!... Demais, a futura será igualmente mistificada. Ela é bonita? Encantadora, segundo dizem. Nova? Muito nova. E ele? Também é moço. Amam-se?

Vamos divertir-nos muito, esta tarde... Regozijo-me de antemão, palavra de Jacinto! Esses negócios não são da minha conta, disse André. Na ausência do senhor Nuavias posso ver a casa? Certamente! Tenha a bondade de passear um momento no jardim, enquanto eu enfio um casaco e vou buscar as chaves. Não me demoro cinco minutos.

Infeliz! bradou o senhor Germinal; vai cometer um abuso de confiança!... Que dirá o senhor Nuavias? Aprovará, compadre: fico por isso. Procure, minha linda Rosa, procure... A jovem não se fez rogar; o seu instinto de mulher segredava-lhe que o génio benfazejo era Pedro, e que ele conduzia rapidamente as coisas para um desenredo agradável.

Irei amanhã, disse André. Com efeito, no dia seguinte, Sauvain desembarcou em Audily pelas três horas da tarde. Não pôde conseguir que lhe indicassem a casa do senhor Nuavias, porque ninguém conhecia aquele nome, o qual decerto era novo no país; mas, após diferentes investigações, descobriu, a dois tiros de espingarda da vila, um pequeno castelo, que alvejava no cume de uma pitoresca colina.