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Tinham-lhe dito que os seus conterraneos mais nobilitados se haviam enriquecido, trocando as riquezas da consciencia por outras que levam ao inferno, é verdade, mas pelas portas do paraiso das regalias d'este mundo.

Eram o pauperismo, a ociosidade e a degradação humana nobilitados pela Igreja. E nos amplos e lageados claustros e escadarias do cenobio havia aula publica de abjecção, de humildade ignobil, de torpe vagabundagem e de crimes até. O fanatismo religioso nunca desadorou a Calabria, a Floresta negra, e a Serra-Morena. Que o digam as offertas ás madonas de Italia. Viviamos assim.

Foi assim. Como casta, as crenças eram as mesmas. Se a palavra augusta de crença póde ter cabida onde se falla de orgulho inexoravel, de implacaveis interesses, e onde germina o desprezo inveterado e profundo por tudo e por todos, que não descendem d'avós, nobilitados, nos seculos undecimo e duodecimo da nossa modernissima monarchia.

Quem não tinha ascendentes conhecidos e nobilitados não era pessoa juridica, não era homem: vivia á mercê da misericordia infinita da nobreza. Triste situação era esta! Mas era assim. Rezam as lendas ou as chronicas, que uma nobre dama da côrte dos Valois não escrupulisava despir-se diante dos seus lacaios, segundo o dizer de Brantôme. Que importava a sensualidade da gentalha!

Se não existira uma atmosphera, pura e buliçosa, onde podessemos ainda respirar, ia proclamar bem alto, que a litteratura de Antheros, de Vieira de Castro, de Theophylo Braga, de todos os Bragas, de todos os escriptores nobilitados pelo cunho da sua independencia, de Coimbra, do Porto, de Lisboa, não é o producto liquido e homogeneo de nenhuma eschola, porque tal não existe em parte alguma, e menos em Coimbra; que o primeiro estylista do paiz a classificara assim para practicar uma dupla baixeza, impropria de um talento raro e serio, de um homem honesto, desambicioso, desinteressado; diria comtigo, Anthero «Combatem-se os herejes da eschola de Coimbra por causa do negro crime de sua dignidade, e do atrevimento de sua reputação moral, do attentado de sua probidade litteraria, da impudencia e miseria de serem independentes e pensarem por suas cabeças.