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Eis ahi a suprema liberdade do espirito, o Nirvâna apenas intellectual, a que eu prefiro chamar impassibilidade subjectiva: um estado que permitte comprehender todas as cousas, analysando-as e classificando-as, sem todavia nos transmittir essa especie de frialdade de coração, propria dos naturalistas quando estudam uma rocha, uma planta ou um animal.

Na floresta dos sonhos, dia a dia, Se interna meu dorido pensamento... Nas regiões do vago esquecimento Me conduz, passo a passo, a fantasia... Atravesso, no escuro, a nevoa fria Dum mundo estranho, que povôa o vento... E meu queixoso e incerto sentimento das visões da noite se confia. Que misticos desejos me enlouquecem? Os abismos do Nírvana apparecem A meus olhos, na muda immensidade!

Aspirava ao nirvâna, á paz inconsciente; queria cahir n'aquelle vacuo tenebroso onde na immobilidade indefinida termina o ser inerte, ocioso; e ao mesmo tempo a comprehensão atavica da eternidade catholica torturava-lhe em horas de lucta o inquieto espirito. Que aspiração intensa ao ideal, a d'este formoso espirito alado!

O Nirvâna é o ceu do buddhismo, a religião mais philosophica e menos phantasmagorica inventada pelos homens.

Mais valera á tua alma visionaria, Silenciosa e triste, ter passado Por entre o mundo hostil e a turba varia. Pouco a pouco, porém, por uma especie de lenta gradação, com retrocessos fugitivos, a alma de Anthero do Quental, cançada de sonhar, de aspirar, de desejar em vão, vae-se iniciando n'essa paz suprema a que os sectarios do velho Bhuda indico chamaram o nirvana!

O nirvana é uma especie de renunciamento da alma que nada espera, e que, fóra da esperança, achou a tranquillidade beatifica do não-ser. Schopenhauer não fez mais do que pôr em moldes novos a palavra mil vezes secular do antigo sabio: «A virtude, diz Bhuda, consiste em nos desinteressarmos de tudo que é sensivel

Do Nirvana os abysmos apparecem A meus olhos, na muda immensidade. N'esta viagem pelo ermo espaço busco o teu encontro e o teu abraço, Morte! irmã do Amor e da Verdade! Ó poeta, eu, uma pobre mulher condemnada, pelas leis fataes da physiologia e pelas leis logicas da sociedade, á inacção completa, não posso deixar de protestar contra essa paz egoista, em que o teu coração pretende affundar-se!

Religiosamente, Nada é egual a Nirvâna; e o buddhismo é a única religião que attingiu esta conclusão, summaria do pensamento scientifico moderno.

Essa liberdade é o typo e a essencia da vida espiritual; e o Nirvâna, puro Não-Ser para a intelligencia, é, para o sentimento moral, o symbolo e o vehiculo de toda a perfeição e virtude: radicalmente negativo na esphera da razão, é, na esphera do sentimento, absolutamente affirmativo.

Se para o extatico e contemplativo pensador a quem o nirvana sorri como o supremo fim da sua ascensão ideal, cada homem não é mais do que um momento que toma consciencia de si e logo passa, aquelle que na terra procura o Bem e tenta pelo seu esforço creal-o, sabe que se dissolvem as fórmas em que a consciencia se encarna, mas que ella, a sublime chamma não se apaga jámais... Nós os passageiros de um dia que conseguimos por instantes guardal-a no nosso seio mortal, passamos rapidos sim, mas não antes de a transmittirmos áquelles que nos succedem sempre mais pura, e sempre mais intensa...

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