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O barão, o capitão John e eu, estavamos sentados junto á roda do leme, olhando e fumando em silencio. Então, snr. Quartelmar? exclamou de repente o barão, sorrindo. Aqui estamos em Durban... Pensou nas nossas propostas? Vamos ou não vamos de companhia á busca do snr. Neville? echoou do lado o amigo John. Não tugi. Mas ergui-me, e fui devagar sacudir para fóra da amurada a cinza do meu cachimbo.

lh'o dás quando chegares a Inyati; que eu não quero que elle me volte para traz e me venha fazer perguntas! Entendeste? Então abala, madraço, que o carrão come caminho! Jim agarrou o bilhete e largou a correr. D'ahi a pouco o carrão sumiu-se por traz das collinas. E isto, em verdade, era tudo o que eu sabia a respeito d'esse sujeito Neville.

Depois, reenchendo o cachimbo, accrescentou muito sério: E agora que o nosso amigo Quartelmar conhece os motivos que nos trazem á Africa, e o interesse que nos prende a esse homem chamado Neville, espero da sua lealdade que não terá duvida em nos dizer tudo o que sabe, ou tudo que ouviu, a respeito d'elle. Hein? Impressionado, respondi: Não tenho duvida, por ser questão de sentimento.

Escrupulosamente claras! acudiu o outro. De resto o nosso amigo Quartelmar guarda para si esta historia... Pudera! exclamei. Pois bem, continuou o barão, meu irmão possuia de seu, n'essa época, umas duzentas ou trezentas libras. Um bello dia, agarra n'esta miseria, toma o nome de Neville, e abala para Africa a tentar fortuna! Eu o soube tarde, mezes depois d'elle ter embarcado.

Quartelmar, que é um homem de bem, discreto como poucos, e respeitado como nenhum em toda a colonia do Natal. Dei um sorvo tremendo ao cognac, para esconder o meu embaraço porque sou extremamente modesto. Snr. Quartelmar, concluiu o barão, esse sujeito chamado Neville era meu irmão. Ah! exclamei. Com effeito! Agora, agora recordava eu bem com quem o barão se parecia! Era com esse Neville.

Na manhã em que Neville devia metter-se para o sertão, vi Jim, ao do meu carrão, cortando folhas de tabaco. Para onde é essa jornada, Jim? perguntei eu, sem curiosidade, para mostrar interesse ao rapaz. Ides a elephantes? Jim mostrou os dentes todos, n'um riso vivo: Não, patrão. Vamos a coisa melhor que marfim. Melhor que marfim!? Ouro?

Sacudi a cinza do cachimbo na palma da mão, e comecei, muito devagar, para tudo pôr bem claro e bem exacto: Aqui está o que ouvi a respeito d'esse cavalheiro Neville. E isto, que me lembre, nunca, até ao dia d'hoje, o disse a ninguem. Ouvi que esse cavalheiro fôra para o interior á busca das minas de Salomão.

D'ahi a meia hora o carrão do snr. Neville poz-se em marcha para o norte. Mas não rodára ainda dez jardas, quando Jim voltou para traz, a correr. Adeus, patrão! exclamou. Não me quiz ir de todo sem lhe dizer adeus, porque me parece que o patrão tem razão, e que nunca mais voltamos! Ouve , Jim, teu amo vai com effeito ás serras de Suliman, ou tudo isso é patranha?

Quartelmar não sabe quaes fossem as razões que levavam assim esse sujeito Neville para o norte?... Não sabe qual era o fim da jornada? Ouvi alguma coisa a esse respeito, murmurei. E calei-me prudentemente, porque nos iamos avisinhando d'um ponto em que, por motivos antigos e graves, eu não desejava bolir. O barão voltou-se para o seu companheiro, como para o consultar.

Dei as boas-noites aos dois cavalheiros; e no meu beliche, até de madrugada, sonhei com o antigo D. José da Silveira, com El-Rei Salomão, e com montões de pedras que reluziam no fundo d'uma caverna. Durante o resto da jornada pensei constantemente na proposta do barão. Mas nem eu nem elle voltamos a fallar de Neville ou da travessia para as minas.