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Se cahio, sem sentidos, foi com o susto. O Ernesto de Nacejas, esse sim, santo nome de Deus, apanhou. o levaram em braços para casa d'um compadre alli ao , na Arribada. Parece que fica sem orelha, e que fica sem bocca!... Pois por todos aquelles sitios era o ai-jesus das moças!... E logo o carregam para o Hospital de Villa Clara, que na casa do Compadre não pode sarar.

O velho com a boca aberta, esperou, hesitou: Eu sou João, o meu rapaz Manoel... Manoel Domingues, meu Fidalgo. Vossê naturalmente mente. E o outro malandro, de suissas louras? D'um folego, o velho gritou: Esse é o Ernesto de Nacejas, o valentão de Nacejas, que chamam o Caça-abraços, e que tanto me desencaminhou o rapaz... Bem!

E n'um lampejo o Fidalgo reconheceu aquelle caçador que uma tarde, no logar de Nacejas, ao da Fabrica de vidros, o mirára com arrogancia, lhe raspára a espingarda pela perna, e ainda depois, parado sob a varanda d'uma rapariga de jaqué azul, lhe acenára chasqueando emquanto elle descia a ladeira... Era esse!

Um povoleu, e todos dão a rasão ao Fidalgo. O tal Domingues era malandro. E o Ernesto, esse ninguem o podia enxergar! Mas todos lhe tinham medo... O Fidalgo fez uma limpeza! Gonçalo resplandecia. Ah! Ainda bem! que não passára damno mais forte, que belleza perdida do D. Juan de Nacejas! E então o povo por , a fallar, a olhar para o sitio? Pois o povo não se arreda!

Para a quinta do Rio-Manso... Siga pela estrada até á pedreira, depois á esquerda a seguir, sempre rente da varzea... Mas n'esse instante assomava á porta um latagão de suissas louras em mangas de camisa, a cinta enfaixada em seda. E Gonçalo, com um sobresalto, reconheceu logo o caçador que o injuriára na estrada de Nacejas, o assobiára na venda do Pintainho.

E entrava no logar de Nacejas quando, á janella d'uma casinha muito limpa, rodeada de parreiras, appareceu uma linda rapariga, morena e fina, com jaqué de panno azul e lenço de cambraieta bordada sobre fartos bandós ondeados. Gonçalo, sopeando a egua, saudou, sorriu suavemente: Perdão, minha menina... Vou bem por aqui, para Canta-Pedra? Vae, sim senhor.

Eram dois telegrammas d'Oliveira, um do Barão das Marges, outro do capitão Mendonça ambos com parabens ao Fidalgo «por assim escapar de tão terrivel espera, destroçando os valentões de Nacejas.» O Barão das Marges accrescentava: «Bravissimo!

Gonçalo recuou a egoa para a sombra d'uma carvalha: Então que temos, amigo Godinho? O Snr. Administrador annunciava a S. Ex.^a que o maroto do Ernesto, o valentão de Nacejas, em tratamento no Hospital d'Oliveira, melhorára consideravelmente. lhe repegára a orelha, a bocca soldava... E, como se procedeu á querella, o patife passava da enfermaria para a cadeia...

E adeus!... Que calor, hein! De rachar, Snr. Gonçalo Mendes, de rachar! Gonçalo seguiu, revoltado pela ideia de que o pobre valentão de Nacejas, ainda moído, com a orelha mal soldada, baixasse á sordida enxovia de Villa-Clara, para dormir sobre uma taboa. Pensou mesmo em galopar para Villa-Clara, reter o zelo legal do João Gouveia.

Por que sentia que, agora se todos os valentões de Nacejas o affrontassem n'um rijo erguer de cajados esse não sei quê, dentro, no seu ser, de novo se soltaria, e o arremessaria, com cada veia inchada, cada nervo retesado, para o delicioso fragor da briga! Emfim era um homem!

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