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Cão mais intelligente não n'o podia haver. Nem mais dedicado ao dono e á sua familia. Pobre Epaminondas! Ao soltar esta exclamação, o caçador faz beicinho para chorar. Uma explosão de ternura envinagra os seus olhos, até ahi brilhantes e, fingindo pensar no seu Epaminondas, demora-se algum tempo soluçante, convulso.
Pois eu que sou o espirito das cousas, O verbo inspirador, a alma, a vida; Sinto em meu peito a gratidão devida Á tua mão que attrae Em giro eterno os mundos do Universo; E eu vendo orar ao Sol a flôr n'o matto, Não hei de só ficar injusto e ingrato Para comtigo, oh Pae!
Embora justo e bom, segundo companheiro Não n'o acceita ninguem, sem ter morto o primeiro. Isto é absintho, e que absintho! Poisque motivo arrasta a viuva ao casamento? Acaso um novo amor? um nobre sentimento? Um sordido interesse: e eu cravára no peito De meu morto senhor a ponta de uma espada, Cada vez que, olvidando a antiga fé jurada, Compartisse outro ser commigo o mesmo leito.
Protestou o mulato não ser captivo, mas não foi acreditado, visto terem-lhe posto fama de soberbão. Quiz reagir á viva força, mas lançaram-lhe ferros, visto saberem n'o valente. E teria ido mar em fóra, como escravo, se a justiça, informada da occorrencia, o não fosse libertar a bordo, obrigando os vaganaus a restituir o dinheiro recebido dos inglezes.
De Bellarmino Carneiro, n'O Paiz: A imprensa argentina não tem regateado elogios ao precioso e elegante volume com que Marques de Carvalho acaba de fazer a sua reapparicão nas lettras patrias. E Marques de Carvalho bem o merece, pois os seus trabalhos são obra de artista apaixonado e de homem de coração, como elle mesmo o confessa.
Vinha, talvez no barco... pobre mulhersinha!... E ella a rir-se!... Ella não está boa!... Desaperta-me, Rosa, que eu arrebento exclamou, suffocada de riso, Elisa. Eu não n'o disse? Eu logo vi que ella não estava boa!... Isto é cousa má que se lhe metteu no corpo... Dizem que o demonio ás vezes falla de modo que só o entendem os padres.
O Gabiru, desenroscando as pernas, ergue-se e murmura de si para si: «Que tempo este em que estamos. Parece feito de emoção... E tudo vae sonhando o seu sonho, que eu bem sei, bem n'o sinto nas arvores, nas pedras e na terra, até na terra mirrada... E eu tanto te queria dizer! tanto!... Olha, sempre te chamas Maria?»
A carta era do punho de D. Anna, e resava assim: «Minha boa Maria e presada irmã: «Estou viuva!... Nem os carinhos da minha profunda e constante adoração; nem a linguagem caridosa das tuas cartas, em que chegaste a pedir indulto para culpas que não eram tuas; nem os esforços, em fim, dos homens da sciencia medica, poderam roubar á morte o meu desditoso Leopoldo!... Mataram n'o os remorsos de não ter conhecido e compensado a tempo o meu immenso affecto!... Vê, por isto, quanto eu soffro, Maria!... Ha cerca de seis annos que todos os meus cuidados se resumiam na conservação da vida do unico homem que amei!... Perdi-o!... perdi-o para sempre, minha querida irmã!... E elle era bom, Maria!... Os arrebatamentos do seu genio terminavam por um terrivel soffrimento, com o qual sobejamente se castigava do mal causado aos outros!... Era tão bom, que o mataram uns mal entendidos remorsos!... E eu vivo ainda, minha irmã!...
Dizes que o dote que me trazes é de lagrimas e pobresas? Nunca fui mais rico. Estas lagrimas piedosas da filha promettem venturas ao marido. E a puresa d'esse coração é o teu maior thesouro. Hontem não podia viver sem ti, hoje morria se te perdesse. Silvana!... Não n'o escondas! O senhor tentou-te de amores, e jurou vingar-se dos despresos? Socega! Deus será comnosco. O meu arco não erra.
Por Jesus! pela santa caridade! Quem vale á infeliz?! Ai! são todos assim na mocidade, A sorte é quem n'o quiz! Antes da minha quéda prometteste Conduzir-me ao altar: Por Deus o houvera feito... não quizeste. Quem te mandou entrar? Ha quanto tempo é que este infeliz estado se apoderou d'ella?
Palavra Do Dia
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