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Musa, canta o despeito de Marianna, esposa do bacharel Conrado Seabra, naquella manhã de abril de 1879. Qual a causa de tamanho alvoroço? Um simples chapéo, leve, não deselegante, um chapéo baixo. Conrado, advogado, com escriptorio na rua da Quitanda, trazia-o todos os dias á cidade, ia com elle ás audiencias; não o levava ás recepções, theatro lyrico, enterros e visitas de ceremonia.

Nunca achou que a Musa, que elle beijava, tivesse a vida, o fogo sagrado, que n'esse beijo fecundador a sua alma anceava communicar-lhe! Era um insaciavel! Nunca a Arte nem a vida o contentaram, a elle que teve todas as caricias luminosas da Arte, e todos os affectos sãos que a Vida póde dar e que a Vida a rarissimos dos seus escolhidos...

Tirante isto, ahi é tudo alegria; e até, quando a musa philosopheia por transcendentes contemplações, surde a palavra comica, o simile galhofeiro, esta cousa moderna que não tem nome, uma bella extravagancia que nos regosija. E assim é como se querem os livros, porque diz Aristoteles no 2.º da Ethica, cap. 12, que a melancolia corrompe a natureza e faz pasmar o coração.

Como um barco sem amarra, Navego, turgidas vellas, E desafio as estrellas, Á noute, sobre a guitarra! E a cabello louro ou preto Fragillidades do barro! Envio sempre um soneto Na mortalha d'um cigarro! Erro sem norte e sem tino! Ninguem m'estende o seu braço! Quer-me por força o destino Comendador ou palhaço! *Postscriptum.* Desculpa-me, flor amada! Ó minha Musa divina!

Minha musa, 'stamos juntos Da cigarra e da folgança:

Mas ou a musa do opusculo fosse a precisão de dinheiro, ou fosse a vontade de gracejar, o que tenho por certo é que, a não ser assim, a obra fora indigna de um homem, que pulverisou as pretensões illegitimas e insolentes da curia romana, e que fez tremer boa meia duzia de hypocritas e pedantes do seu tempo.

Passados oito dias de prazer, oito dias de festa e de alegria, vão indo pouco a pouco os convidados saudosos, p'ra o lidar de cada dia. Os peralvilhos da côrte, ou cidades principaes, todos querem ser poetas, todos fazem madrigaes quando estão apaixonados. Em versos estropiados, alguns que tem legoa e tanto, a pobre da musa súa, suspirando á luz da lua em cada suspiro um canto!

No estilo bucolico, de que o poeta parece mais se aprazia, e em que des de a puericia exerceo a sua Musa, he onde alguns lhe querem negar a palma, para a concederem a Bernardes.

A ira tinha a melhor defeza na existencia de Homero; sem o furor de Achilles, não haveria a Illiada: «Musa, canta a colera de Achilles, filho de Peleu...» O mesmo disse da gula, que produziu as melhores paginas de Rabelais, e muitos bons versos de Hyssope; virtude tão superior, que ninguem se lembra das batalhas de Lucullo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez immortal.

De mais a mais, senhoras, a aza branca Da musa ideal que eu tive n'outras eras Desplumou-se a pensar em Salamanca, No imposto sobre o sal, A estudar as questões do parlamento, O orçamento geral, Diabo de orçamento! Que é o livro maior que ha em S. Bento! Assim se foi rasgando, creio eu, Essa aza branca que me erguia ao ceu!.. Vede, senhoras, se ha tormento igual!

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