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«O genio é uma nevrose» proclamou d'uma vez o doutor Moreau, de Tours, aos quatro ventos do universo. Segundo elle, as esplendidas disposições d'espirito que fazem com que um homem suba acima do nivel commum, procedem das mesmas condições physiologicas que as diversas perturbações moraes cuja expressão é a loucura e o idiotismo.

Mas se soubessem conservar o equilibrio entre o espirito e o corpo, iriam peor as cousas, e o seu talento d'elles perderia? Não, de certo! Pelo contrario, tinha a ganharEstas ultimas palavras d'Emilio Deschanel parece deixarem brecha aberta á contestação, se acreditarmos que elle se propõe refutar completamente a these do doutor Moreau. Não.

Ainda algumas palavras do doutor Moreau para ouvirmos depois Emilio Deschanel: «Todas as vezes que as faculdades intellectuaes ultrapassem a bitola ordinaria, especialmente nos casos em que ellas attinjam um grau de energia excepcional, podemos estar certos de que o estado nervopathico, sob uma fórma qualquer, influenciou o orgão do pensamento, quer idiopathicamente, quer por via da hereditariedade.

Ora o doutor Moreau quer que esta melancolia que Aristoteles notou no seu tempo, seja simplesmente alienação mental, e escreve «que, por constituição melancolica, Aristoteles entendia a disposição do organismo mais favoravel ao desenvolvimento da loucura.

Não direi, como Goethe, aos infelizes que se matem; e, se fôr necessario, provarei que Werther foi um tolo, se existiu; Gilbert, Malefilatre, Labras, Moreau, Escousse, Leopold Robert, Larra, Gerard e Nerval, Jorge Arthur , não foram mais espertos que o seu modêlo. O meu romance, em fim, aconselha a todo o mundo que coma e beba e durma o melhor que podér.

Paulo Janet, refutando n'um capitulo do seu livro Le cerveau et la pensée a theoria do doutor Moreau, procura demonstrar que estas excentricidades não são provenientes da loucura sublime do genio. Quer-nos parecer porém que tanto exorbita Paulo Janet como o celebre medico de Tours.

Aristoteles escreveu «que não havia um grande espirito que não tivesse um grau de loucura.» O doutor Moreau aproveita-se d'este dito e abona espirituosamente a verdade da sua these com o testemunho da antiguidade letrada.

Emilio Deschanel, não menos espirituoso humorista que o doutor Moreau, procura demonstrar que o estylo revela o temperamento do escriptor.

Por tal razão foi que o doutor Moreau, de Tours, estudou a Psychologia morbida nas suas relações com a historia; que Emilio Deschanel escreveu a Physiologia dos escriptores e dos artistas, e que recentemente o doutor Laborde se entregou ás lucubrações medico-psychologicas que originaram o seu livro sobre Os homens e os actos da insurreição de Paris perante a psychologia morbida.

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