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Souberam mostrar que elle é chamado a construir livremente sua propria sorte, para isso normalisando e dando regras ao chaos interior das tendencias desencontradas, dos impulsos cegos, dos instinctos obscuros e das nobres aspirações generosas; ou ainda, citando sempre o egregio Pécaut, extrahindo do individuo apparente e natural o homem verdadeiro e occulto, unico digno dêsse nome augusto, e fim de todos os esforços educativos, egualmente distanciado do determinismo absoluto e do naturalismo sceptico e indulgente de Montaigne.

Emendei-me, dando rédeas ao amor. Amei com impeto! como o leão seria capaz de amar, se as leôas das brenhas soubessem como as das cidades encarentar favores... O amor! o amor! Dizem que não come! se não comesse não se alojaria no coração que fica ás portas do estomago. Montaigne o-chamava sêde da mocidade. Da sêde á fome vai um passo.

Viveu em Paris, com muitas difficuldades, sempre estudando, sempre cultivando a sciencia, produzindo trabalhos valiosos sobre economia, historia e medicina. Formára a sua intelligencia no estudo de Bacon e Descartes, e temperou o seu caracter pelos conselhos de Montaigne.

Repetindo o exemplo de Plutarco, Montaigne considera um caso de consciência mandar para o matadoiro a vaca que tantos anos nos serviu.

Eram, no grande seculo classico, Pascal, Racine e Molière; eram, na soberba Renascença franceza, Rabelais e Montaigne; eram depois, n'esse seculo XVIII hoje tão calumniado, mas sempre tão grande, e que tão indomitas energias acordara na alma do homem, Rousseau com a sua morbida sensibilidade de ambicioso e de revoltado, que nós hoje comprehendemos tão bem; era Voltaire, a ironia hoje desdenhada, mas que tão benefica acção exerceu na treva do espirito humano; era Diderot, o profundo precursor de todas as modernas theorias criticas, o homem que no seu tempo moveu maior numero de idéas novas e suggestivas; era a pleiade formidavel e fascinante da Revolução, a que na minha mocidade me dera sensações de tão absoluto assombro, a que, desde Turgot e Mirabeau até Robespierre, refizera em novos moldes o mundo moral e o mundo politico; era, na cumiada mais alta e mais luminosa da montanha da Historia, essa grande figura immortal, o Alexandre do seculo XIX, o heroe de Homero, o phrenetico conquistador, que empobreceu talvez a França, que dizimou as populações e crucificou as mães e as noivas, que sangrou do seu melhor sangue as nações e as raças, mas que imprimiu na sua patria o cunho epico, inapagavel, inolvidavel, com que ella ainda hoje espanta e assombra o espirito dos estrangeiros!

Não lêem Schiller, nem Goethe, nem Shakespeare, nem Macaulay, nem Pascal, nem Montaigne; não entram no genio das differentes nacionalidades e das differentes litteraturas; não comparam entre si as civilisações, chegando por esta comparação a conhecerem de um modo mais ou menos perfeito a humanidade, não senhor! Conversam com os gommeux da diplomacia estrangeira e contentam-se com isso!

Não seria tão bom que, depois d'estas tristes tentativas experimentaes, que os proprios mestres vão realmente abysmando nos lodaçaes mais torpes da palavra, do estylo e da idéa, apparecesse emfim a litteratura que retractasse o homem o homem complexo, o homem ondoyant e divers, tal como o viu Montaigne, o homem bom e mau no mesmo dia e ás vezes na mesma hora, o homem capaz de baixezas e de heroismos, de vicios e de abnegações insolitas, o homem n'uma palavra estranho mixto do que ha de mais bello e do que ha de mais ignobil?!

Vem a Utopia de Tomás Moore, a cujo povo modêlo não era permitido acostumar-se a matar os animais «pelo uso dos quais julgavam que a clemência, a mais graciosa afeição da nossa natureza decaía e morria». E vem finalmente a ressurreição plena da filosofia humanitária em Miguel de Montaigne.

Je donne mon avis non comme bon, mais comme mien. Montaigne. Na torrente de opiniões contrarias sobre a critica litteraria, que na presente epocha combatem, morrem, ou nascem, tambem nós temos a nossa: e vem a ser parecer-nos que da falta de exame dos principios em que se fundam os differentes systemas, procedem essas questões que se teem tornado interminaveis talvez por esse unico motivo.

Entre vinte das meninas que sabem hoje francez, inglez, allemão ou italiano, não ha quatro que tenham lido Hugo ou Bossuet, Racine ou Montaigne, Shakspeare ou Milton, Goethe ou o Dante, não ha quatro sobretudo que estejam aptas para comprehenderem estes mestres do pensamento e da palavra. E no entanto para que servem as linguas estrangeiras?

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