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Deitada no tanque, os braços abertos, as mãos á tona d'agua, como dois lótos brancos, Balkis espreitava o ceu onde se movia o doirado formigueiro d'astros. As estrellas vinham reproduzir-se na agua, como molhadas flôres d'oiro, em indecisos contornos; uma lhe brincava no seio, quasi á flôr d'agua. Era como uma joia a correr, com o movimento do corpo.

A marqueza trazia nas mãos, ainda molhadas da rega, um molho de grandes orchideas d'um azul doente, listrado de esverdinhadas veias como feridas a apodrecer. E estas orchideas, onde as hei de pôr? Aqui não! Para o mez de Maria, para a festa de maio, orchideas não. Ponha-as no gabinete do papá, junto das estampas de Goya... Aqui não! Tens razão, annuiu o marquez. Antes tragam maias...

Fechou devagar a cancella, subiu á cozinha a accender o seu candieiro; como as ruas estavam molhadas da chuva da manhã, trazia ainda galochas de borracha; os seus passos não faziam rumor no soalho; ao passar diante da sala de jantar sentiu no quarto da S. Joanneira, através do reposteiro de chita, uma tosse grossa; surprehendido, afastou subtilmente um lado do reposteiro, e pela porta entreaberta espreitou.

Alçando as mãos a Deus, inda molhadas Das ondas salitrosas, A maritima turba lh'agradece As terras deparadas, As vidas tanto a pique assim poupadas, Com palavras piedosas, E murmura esta prece: Senhor, se, como outrora do teu povo Os passos pelo ermo encaminhaste, A este porto santo nos guiaste, Dá-nos, dá-nos ainda um signal novo, Outro maior signal de teus favores; Teus filhos tambem somos; Ás asperas fadigas, Ao bravo pego, ás armas inimigas Por ti , pela patria nos expomos; Faze que esta primeira descoberta, Que o dom d'esta ilha esteril e deserta Seja seguido d'outros dons melhores.

Airozo, gordo Perum, He meu soberbo prezente; Traz inda as pennas molhadas Co'pranto da minha gente; No Santo Dia esperavão, Quebrando antigo jejum, Cravar inexpertos dentes Neste primeiro Perum; A russa, magra Jozefa, Ergueo queixume sentido; Custou-lhe mais esta auzencia, Que a do defunto Marido.

Até a vitella é rara; porque não costumam matar estes animaes, guardando-os para crescerem e servirem nos trabalhos do campo ou de abastecimento da cidade, sendo, além d'isso, ahi a comida ordinaria o capado, que é excellente.» «No tempo de el-rei D. Sebastião as rendas reaes consistiam nos direitos das alfandegas de Lisboa e de todo o reino, assim sêccas como molhadas.

Entre nós não deve haver dissenções, nem palavras amargas... Um momento hesitou; depois, esfregando lentamente as mãos, e sacudindo-as, como molhadas n'uma agua impura: Quereis a vida d'esse visionario? Que me importa? Tomai-a... Não vos basta a flagellação? Quereis a cruz? Crucificai-o... Mas não sou eu que derramo esse sangue!

As paredes tapizadas de musgo e fetos a vegetarem das fisgas. Duas pombas pretas a arrulharem na cornija. Um pardal a sacudir as azas molhadas no beiral do telhado. E á volta d'isto o rumorejo dos pinhaes circumpostos.

D. Victoria seguia-os da janella com as suas recommendações. Por ahi não, Christe!... Olha que é muito humido... antes a volta pela nora... Assim... Cautela com essas hervas, que hão de estar molhadas... que não esteja frio... Olha se esses troncos estão molhados...

«Era uma noite de fevereiro, de nevoa cerrada, um céo de carvão pulverisado em brumas molhadas, sem clareira onde lucilasse uma estrella. Não se agitava um galho de arvore nua movido pelo ar, nem ondulava uma erva. Era a serenidade negra e immota das catacumbas.