United States or Croatia ? Vote for the TOP Country of the Week !


A feição, por assim dizer, regional, do livro é, embora importante, subordinada e secundaria. A Moleirinha é mínhota. O Prestito funebre minhoto é. Mas coisa curiosa, o segundo canto In Pulvis é de todo transmontano. Inconscientemente, sem dar por tal, levei o castanheiro para a minha terra, e queimei-o no lar saudoso da minha meninice.

No sabbado, dia de S. Bernardo, sob um azul que S. Bernardo tornára especialmente vistoso e macio, ao repicar dos sinos claros, entre aromas de roseira, e jasmineiro, o conduzimos, todo enfeitado de laçarotes e rendas, á Pia, onde o Padre Theotonio inteiramente o lavou da fetida crosta de Peccado Original, que desde a bolinha dos calcanhares até á moleirinha o cobria todo, pobre senhor de tres palmos que ainda não vivera da alma, e perdera a alma... E desde então, como se Refaldes fosse a ilha dos Latophagios, e eu tivesse comido em vez da couve-flôr da horta a flôr do Lotus, por aqui me quedei, olvidado do mundo e de mim, na doçura d'estes ares, d'estes prados, de toda esta rural serenidade, que me affaga e me adormece.

E então encarnei, por assim dizer, no pastor grandioso e asceta, na moleirinha octogenaria e sorridente, no cavador tragico, nos mendigos bíblicos, na mansidão dos bois arroteando os campos e nas lavarêdas d'oiro do castanheiro, aquecendo a velhice, alegrando a infancia, iluminando a choupana.

Toc, toc, é noite... ouvem-se ao longe os sinos, Moleirinha branca, branca de luar!... Toc, toc, e os astros abrem diamantinos, Como estremunhados cherubins divinos, Os olhitos meigos para a ver passar... Toc, toc, e vendo sideral tesoiro, Entre os milhões d'astros o luar sem veo, O burrico pensa: Quanto milho loiro!

Toc, toc, toc, lindo burriquito, Para as minhas filhas quem m'o dera a mim! Nada mais gracioso, nada mais bonito! Quando a Virgem pura foi para o Egipto, Com certeza ia n'um burrico assim. Toc, toc, é tarde, moleirinha santa! Nascem as estrellas, vivas, em cardume... Toc, toc, toc, e quando o galo canta, Logo a moleirinha, toc, se levanta, P'ra vestir os netos, p'ra acender o lume...

Não poz o sal na moleirinha dos seus patricios que se quizeram metter com elle, mas costumou os lusitanos a ser gente civilisada, e a imitar os romanos em tudo, de fórma que Viriato, se resuscitasse, não os reconhecia. E a final de contas, vejam como as cousas são! Este Sertorio deu lambada nos romanos por um sarilho! pois ninguem fez mais serviços a Roma do que elle!

Vae sem cabeçada, em liberdade franca, O gerico russo d'uma linda côr; Nunca foi ferrado, nunca usou retranca, Tange-o, toc, toc, a moleirinha branca Com o galho verde d'uma giesta em flor. Vendo esta velhita, encarquilhada e benta, Toc, toc, toc, que recordação! Minha avó ceguinha se me representa... Tinha eu seis anos, tinha ella oitenta, Quem me fez o berço fez-lhe o seu caixão!...

Toc, toc, toc, como se espaneja, Lindo o jumentinho pela estrada chan! Tão ingenuo e humilde, dá-me, salvo seja, Dá-me até vontade de o levar á egreja, Baptisar-lhe a alma p'ra a fazer cristan! Toc, toc, toc, e a moleirinha antiga, Toda, toda branca, vae n'uma frescata... Foi enfarinhada, sorridente amiga, Pela da azenha com farinha triga, Pelos anjos loiros com luar de prata!...

Palavra Do Dia

sentar-nos

Outros Procurando