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E sabes?... ao Creador Dou graças por me haver dado Este puro sentimento Em vez do fogo do amor. Ai! se um dia, no momento De ver-te, te houvesse amado!... Se em vez da chamma suave, Que em meu coração se inflamma, Se ateasse aquella chamma, Se houvesse emfim rebentado Aquelle fatal volcão!... Ai! de mim! quanta amargura! Quanta angustia o coração Não teria passado! Porem assim!... não, ai! não! feliz: toda a ambição Que por ti minh'alma encerra,

feliz: toda a ambição Que por ti minh'alma encerra

Pende em meio seio a haste branda e fina E não posso entender como é que, emfim, Essa tão rara flôr abriu assim!... Milagre... fantasia... ou talvez, sina... Ó Flôr que em mim nascêste sem abrolhos, Que tem que sejam tristes os meus olhos Se eles são tristes pelo amôr de ti?!... Desde que em mim nascêste em noite calma, Voou ao longe a aza da minh'alma E nunca, nunca mais eu me entendi...

Mas na immensa extensão, onde se esconde O Inconsciente immortal, me responde Um bramido, um queixume, e nada mais... Communhão Reprimirei meu pranto!... Considera Quantos, minh'alma, antes de nós vagaram, Quantos as mãos incertas levantaram Sob este mesmo céo de luz austera!... Luz morta! amarga a propria primavera!

Dizem-me os anjos que Elle é Deus... Não me passaram despercebidos os prodigios da noite: tudo vi, tudo ouvi, mas minh'alma ordena-me que o resguarde, que o não perca de vista, que sempre o traga acautelado, talvez porque é pequenino e fraco. Não sei se pecco com a presumpção de defender quem é omnipotente, mas como hei de lutar contra mim?

Oh ira para não crer, Em que minh'alma se abraza, Que me faz endoudecer, E não me ajuda a romper As paredes desta casa! E porque? Não tenho eu Forças, que tudo destrua? Pois que tanto a salvo seu, Outrem acho que possua A melhor parte do meu; Eu irei hoje buscar Quem me ajude a vir queimar Toda esta casa sem pena, Donde veja arder Alcmena, Com quem a vejo enganar. Aurelio e Moço.

Pois damno me faz olhar-vos, Não quero, por não perder-vos, Que ninguem me veja ver-vos. Voltas. De ver-vos a não vos ver Ha dous extremos mortaes; E são elles em si taes, Que hum por hum me faz morrer; Mas antes quero escolher, Que possa viver sem ver-vos, Minh'alma, por não perder-vos. Deste tamanho perigo Que remedio posso ter, Se vivo com vos ver, Se vos não vejo, perigo?

Por seres tão fiel, tão portugueza Mais ainda te estimo, ilha formosa; Mas por laço diverso anda a ti presa Minh'alma: da existencia trabalhosa Com risos esmaltaste-me a tristeza, Na quadra, embora amarga, descuidosa Da passada, inexperta juventude, Quando uns dias viver em ti eu pude.

vêem, pois, que a minha musa é calma: E agora, se quizerem lêr sem pressa, Verão que em cada estrophe vae impressa Uma affecção diversa da minh'alma. A minha mãe As illusões semelham-se a um collar De perolas alvissimas, de espuma. Se o fio que as segura se quebrar, Cahem no chão, dispersas, uma a uma.

Não sei... Apenas sei que, accordando, Não conheci a minh'alma Transformada por encanto; E por que um plano de morte Estava urdido em segredo Contra o bondoso Profeta, Logo intentei desfazel-o, Supplicando a meu marido Que em seu favor empregasse Todo o auxilio. Impossivel! A suprema divindade Caíra em somno profundo No seu grande leito azul, Deixando que o Nazareno Expirasse n'uma cruz!...

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