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Em Lisboa repudia-se a soberba egreja de Santa Engracia, o mais bello dos nossos monumentos do seculo XVII. O interior do templo é de uma magnificencia magestosa. A riqueza dos marmores sómente se pode comparar á de Mafra. A mão d'obra é de uma perfeição magistral a ponto de parecer indestructivel. Aproveitada para pantheon nacional esta egreja seria um dos mais imponentes edificios da Europa.

O nome de basilica, applicado a algumas das nossas egrejas, taes como a da Estrella e a de Mafra, corresponde simplesmente á expressão de grandeza e sumptuosidade, mais ou menos merecida, sem se referir a qualidades architectonicas, porque estas egrejas são de caracteristico Estylo da Renascença.

Não tinhamos estradas, não tinhamos rios canalisados, não tinhamos desentulhados os portos, não tinhamos nada do que nos era necessario, mas tinhamos aquella monstruosidade do convento de Mafra que custou 120 milhões de cruzados, que não serve para cousa nenhuma, e que nem ao menos é bonito.

Importante em si, similhante transformação muito mais o tem sido pela influencia que o exemplo produz n'aquelles arredores: o agricultor, que por assim dizer palpa as vantagens que resultam de um systema illustrado de agricultar, vae abandonando as suas grosseiras usanças, que todos os discursos dos livros não alcançariam estirpar. Mafra está sendo um fóco de luz, uma fonte de progresso agricola.

A eſtas nobres villas ſometidas, Ajunta tambem Mafra, em pouco eſpaço, E nas ſerras da Lua conhecidas, Sojuga a ſria Sintra, o duro braço, Sintra onde as Naiades eſcondidas Nas fontes, vão fugindo ao doçe laço: Onde Amor as enreda brandameme, Nas agoas acendendo fogo ardente.

A mentira no romance é uma nodoa, que nausêa o publico illustrado. Alexandre Dumas, escrevendo um romance intitulado Martim de Freitas, obrigou este heroe a desembarcar em Mafra, nomeou-o alcaide do castello da Horta, e fez nascer D. Sancho II na Palestina, onde foi baptisado por um tal monsieur d'Evora, arcebispo de Leiria!

Pensaes vós que nos importam, considerados em si, os adulterios da mulher de Affonso VI, ou que D. João V dormisse em Odivellas, ou cantassem n'aquella bestialidade architectonica de Mafra, cem ou duzentos frades comilões e ignorantes?

O cavalheiro de Mafra mal correu a vista em redor de si. Sentou-se deante do bofete da sala grande, molhou a penna na tinta grossa da escrevaninha, e começou machinalmente a traçar linhas e dezenhos informes em um papel.

Nenhuma brisa refrigerante de sentimento, de poesia, de nobreza immaterial passa por aquella aridez pesada de Mafra para suavisal-a um pouco. Tudo ali é frio como o coração de D. João V, resistente como a sua voluptuosidade nunca farta, dispendioso como a enormidade dos seus caprichos egoistas, pessoaes...

«Foi recommendado a Jeronimo Corte-Real e a D. João de Mafra e a outro fidalgo, que não soube o nome, que inventassem o que poria el-rei no timbre de suas armas novas, com que n'esta jornada havia de sahir. Accordaram que pozesse abaixo das armas reaes dois piramides ao modo de columnas, e de um d'estes ao outro pozessem umas letras que dissessem: Amor, , amor