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Eu disse que as auctoridades que estabeleceram as regras historicas acceitas por mim serão ineluctaveis para aquelles mesmos que mais ferrenhos se mostram em conservar quanto os tempos passados nos transmittiram. Essas regras, pois, ao menos as principaes, permitta-me v.. que as transcreva aqui. Pasme Portugal de ver uma parte do clero insultar-me nos pulpitos e na imprensa, calumniar-me nas praças e corrilhos, porque segui como historiador as doutrinas estabelecidas para se estudar e escrever a historia da igreja por homens que são a gloria e honra da classe sacerdotal. Se diante dos olhos de todos, na consciencia de todos não estivesse quanto escrevi ácerca da decadencia intellectual da maioria do nosso clero, parece-me que o que vou transcrever sería medida sobeja para por ella se aferir essa verdade. que falei dos religiosos da congregação de S. Mauro, começarei pelo mais celebre membro d'aquella ordem, o grande Mabillon. Eis o que elle nos ensina: 1.^o «Aquillo em que sobretudo devemos acautelar-nos no estudo da historia é em evitar todos esses vicios em que é facil cair; quero dizer, evitar admittir por verdadeiro o que é falso, ou deixar-nos dominar pelas affeições particulares dos historiadores.

O auctor da Historia Damiatana, que assistiu ao successo, ommitte a circumstancia milagrosa. Não acha v.. significativo este silencio? Em todo o caso falta o ab omnibus de Vicente de Lerins, e v.. ha de ter presente a doutrina de Mabillon, citada por mim na carta antecedente, de que é temerario, não o acreditarmos em milagres falsos, mas até nos simplesmente duvidosos.

Mas, voltando ás cousas sérias, v.., repito, insiste nas outras provas, desprezadas as evidentemente falsas. E quaes são as que ficam? Creio que v.. tem presentes a regra de Gmeiner, de Mabillon, e de toda a gente que não esteja em guerra declarada com o senso-commum, de que não provém maior certeza a um facto historico de ser relatado em livros de muitos auctores mais modernos, cada um dos quaes foi copiando o que o outro tinha dicto. Todos elles junctos não valem mais do que o primeiro que o referiu. Assim, tendo nos escriptores dos fins do seculo XV que relatam o milagre, todas as auctoridades que v.. cita do seculo XVI annullam-se completamente. Ha, porém, outras anteriores, dirá talvez v..

Mas, apesar de catholicos e pios, Mabillon e Fleury eram sobretudo eruditos. Haveria nelles menos luzes theologicas? Serão os theologos de profissão mais indulgentes para com as lendas e tradições não provadas? Exigirão, ao menos em referencia á historia da igreja, maior credulidade nos que a estudam ou escrevem?

As secções desses compendios relativas ao criterium da verdade historica nada mais são do que o desenvolvimento das doutrinas de Cicero, de Mabillon, de Fleury, de Melchior Cano, de Riegger, de Leclerc, de Muratori, de Baumeister; em summa de todos os criticos, historiadores, e philosophos, que falaram ex-professo ou accidentalmente da crítica historica.

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