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AGRARIO. Vós semicapros deoses do alto monte, Faunos longevos, Satyros, Sylvanos; E vós, deosas do bosque e clara fonte, E dos troncos que vivem largos anos; Se tendes prompta hum pouco a sacra fronte A nossos versos rusticos e humanos, Ou me dae ja a capella de loureiro, Ou penda a minha lyra d'hum pinheiro.

Verdade é que os pastores minhotos, ha trezentos annos, traziam ao pescoço os retratos das pastoras pintados em madeira, como se deprehende d'estes versos de Diogo Bernardes, o rouxinol do Lima. Pendurei n'um salgueiro a minha lyra Ouvil-a ao som do vento é uma magua, Em logar de tanger geme e suspira.

A Minha Muza cansada, Perdendo os vôos ligeiros, E ao de murchos loireiros Com razão apozentada, Hoje, Senhor, animada Do amor, e da gratidão, Esquecendo a multidão De frios cabellos brancos, Vem, forcejando os pés mancos, Metter-me a Lyra na mão.

Teem celebridade estes povos na historia primitiva da musica e da poesia grega; no seu paiz nasceu o culto das Musas, e alli foi sepultado Orpheu, o heroe mythico cuja voz e cuja lyra tinham o dom de arrebatar os homens, de amansar a ferocidade animal, e de predispôr á benevolencia, os deuses sombrios do mundo subterraneo.

Apollo fitou os olhos Na mão, que regía o braço; E depois de estar suspenso, De me houvir hum largo espaço; Assim diz: o Deos Cupido Faz inda mais do que eu faço. Eu te dou a minha lyra, Louva, louva a tua Bella; Porém que ta concedo Com condição, e cautella... Eu lhe corto a voz, dizendo, Que canto em honra della.

Conheces acaso uma comedia india intitulada o Carro do menino? Nem de nome, respondeu Barbicane. Tambem não admira, proseguiu Miguel Ardan. Sabe pois, que n'essa comedia ha um ladrão que na occasião em que está para furar a parede de uma casa, cogita se ha de dar ao buraco a fórma de lyra, de flor, de ave ou de amphora?

receberá placido e brando No seu regaço o Canto, que molhado Vem do naufragio triste e miserando, Dos procellosos baixos escapado, Das fomes, dos perigos grandes, quando Será o injusto mando executado Naquelle, cuja lyra sonorosa Será mais afamada do que ditosa.

A Aurora do Prazer talvez que enflore, Ermo invernoso da existencia nossa, Á Fama vividoura, assombros novos Na Lyra então daremos. Por Nuno Alvares Pereira Moniz. Affectus que animi, qui fuit ante manet. Ovid. Trist. lib. 5. Eleg. 2. Me quoque conantem gladio finire dolorem, Arguit, injectas continuit que manus. Ovid. de Pont. lib. I. Eleg. 6.

Comtanto que não seja lyra, que é classico, todo o instrumento, inclusivamente a bandurra, é egual deante da lei romantica. Ora pois, mas a tal belleza, por certo ar ala-moda, certo não-sei-quê de atrevido nos olhos, de deslavado na cara, e de descomposto nos ademanes, perde toda a graça e quasi a propria formosura de que a dotára a natureza... Vêde-me aquelles labios de carmim.

Este publico instrumento, Que surgiu mais um poeta Nos aloques do talento. Não pertenço á mocidade, Que fechou sem caridade Da velhice a pobre tumba. Não sei palavras d'estouro, Nem descanto em lyra d'ouro: Minha lyra é um zabumba. Eu, sou eu. Juiz das Almas, Nos bons tempos, que vão, Conheci que tinha uma Como poucas almas são... Campanhan! terra dos saveis!