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Os Lusíadas, Fausto e a Divina-Comedia. Desgraça do Camões em ter nascido antes do romantismo. Mostra-se como a Styge e o Cocyto sempre são melhores sitios que o Inferno e o Purgatorio. Vai o A. em procura do marquez de Pombal, e com elle nas ilhas Beatas do poeta Alceu. Partida de Whist entre os illustres finados. Compaixão do marquez pelos pobres homens de Ricardo Smith e J. B. Say.

Sabemos que os Lusiadas os entalhou o brio portuguez com a espada nas mais distantes e ingratas regiões, e os imprimiu com o rasto das suas quilhas temerarias na face do Oceano e no dorso das tempestades, e o Camões os trasladou a versos immortaes, diffundindo no mundo pelo genio o que Portugal tinha divulgado pelo immenso pregão do seu valor. O Camões é a patria coroada de poeticos laureis.

Assim, temos que Ferdinand Denis se equivocou dizendo que Camões altera o nome do conde de Avranches quando descreve o episodio dos doze de Inglaterra; e que Camões se enganou tambem dizendo que Antão Vasques de Almada foi depois conde de Avranches. Vamos agora á lenda dos doze. Será acaso nos Lusiadas que pela primeira vez apparece noticia d'esta lenda? Não é.

Certo é que a meiados de 1566, e contra o que estabeleceu Tito de Noronha, Antonio Gonçalves, o nomeado impressor da 1.^a ed. dos Lusiadas, trabalhava por sua conta, muito distante do Arco do Carangueijo, com material que pertencêra á officina de Galharde.

Negar que durante os tres seculos da dynastia de Aviz a nação portugueza viveu de um modo forte e positivo, animada por um sentimento arraigado da sua cohesão, seria um absurdo. Essa cohesão que fôra ganha nas luctas e campanhas da primeira dynastia, perde-se no XVI seculo, por causa das consequencias do imperio oriental e da educação dos jesuitas. Portugal acaba; os Lusiadas são um epitaphio.

Fallaremos ainda, antes de terminar, da Geographia, sciencia que o Poeta possuiu em subido grau, e que, como a astronomia e a meteorologia, é tambem essencialmente necessaria ao marinheiro. Os Lusiadas são por si um completo tratado da sciencia da terra.

Neste ponto de vista, historico e psycologico, não no ponto de vista meramente litterario de uma esteril poetica de convenção, é que os Lusiadas devem ser estudados e comprehendidos e cabe ao sr. Oliveira Martins a gloria de ter sido o primeiro a fazel-o, a gloria de ter commentado philosophicamente os Lusiadas.

Para o seguinte estudo, a viuva de Germão Galharde, a que acima alludimos, e o glorioso impressor da primeira edição dos Lusiadas, Antonio Gonçalves. Vamos folheando o volumoso recenseamento, onde colhemos as informações que temos transmitido a nossos benignos leitores, e achamo-nos agora em face do 7.^o e ultimo rol da freguezia da Magdalena .

Camões resurgiu em pleno meio-dia do romantismo do seculo XIX, não porque escrevêra os LUSIADAS, mas porque padecera d'uns amores funestissimos. O seculo XVIII citava-o apenas nos livros didacticos e nas academias eruditas, como exemplar classico em epithetos e figuras da mais esmerada rhetorica.

Na immensa grandeza do nosso heroismo, nós, cavalheirosos, desinteressados, e imprudentes avassallamos os reis de Calecut e Cochim, escreviamos Os Lusiadas, empenhavamos as barbas de D. João de Castro, deixavamos agonisar, cheio de affrontas, Affonso d'Albuquerque, na barra de Gôa, algemavamos Duarte Pacheco, enchiamos de odio o nobre coração de Fernando de Magalhães, e recusavamos, com desprezo e altivez, a nobilissima dedicação de Christovão Colombo, a quem Americo Vespucio, mais tarde, roubou o nome e parte da gloria.

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