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«A casa, onde vivo, rodeiam-na pinhaes gementes, que sob qualquer lufada desferem suas harpas. Este incessante soido é a linguagem da noite que me falla: parece-me que é voz d'além-mundo, um como borborinho que referve longe ás portas da eternidade.

Os elementos avançados principiavam a respirar a atmosphera de liberdade trazida do Porto na lufada dos telegrammas optimistas. A alegria desenhava-se em quasi todos os rostos. Longas horas se passaram assim horas de esperança, horas de espectativa anciosa durante as quaes os boatos nunca cessaram de fervilhar.

Uma lufada de vento, halito abrazado da tormenta, passava solta por cima dos campos, acamando as hervas altas, destoucando os arbustos, e saccudindo as ramas das oliveiras, dos alamos, e das faias, e ia morrer distante no roncar soturno e rouco dos trovões.

A casa, onde vivo, rodeam-na pinhaes gementes, que sob qualquer lufada desferem suas harpas. Este incessante soido é a linguagem da noite que me falla: parece-me que é voz d'além-mundo, um como borborinho que referve longe ás portas da eternidade.

MANOEL, que tem estado sempre calado até aqui: Leva-a, se a quiseres... Empresto-ta. Todos se voltam, admirados da generosidade. Dão as boas noites. Sai êle e o médico. Uma lufada d'ar entra, quando se abre a porta, apagando a luz. «Fechem a portaouve-se dizer no escuro. A porta fecha-se com mão misteriosa... Tinha sido o vento.

Não sei que doçura tristissima encontra o meu espirito em visitar os conventos de freiras, em piedosa romaria evocativa! Aquelle de que eu mais gosto pela belleza da sua architectura rendilhada, acontece ser hoje um hospital servido por irmãs de caridade. Ao ver passar ao fundo do claustro deserto a mancha negra dos seus habitos, não sei que lufada d'outro tempo me enche a alma de sombras!

Esperae! esperae!... A ventania redobra. Depois ha um silencio prostrado, um silencio peor do que a lufada, em que eu ouço o esforço que o mundo, que povoa a escuridão, faz para gritar. A treva arqueja e a ultima braza reluz ainda no lar, cujo escarlate arqueja, arqueja e vae esmorecendo...

Oh aquella braza que ainda reluz como uma poeirinha d'oiro, aquella braza que vae morrer no lar quasi de todo apagado!... A lufada doida passa fóra aos gritos. Quanta gente grita n'este valle de lagrimas! A esta mesma hora quantos berram espesinhados, sem mão que os ampare? De que servem os gritos, não me dirão?... Aquella restea de lume é como o ultimo fio d'uma alma que vae findar!...

Uma lufada mais forte de vento soprando nas arvores da rua arrancou-a á sua profunda meditação e fel-a olhar para a porta. Olhando depois em volta, viu-se . Engolfada nos seus dôces pensamentos, nem notara a retirada de sua mãe. O vento continuava sussurrando fóra, semelhante ao gemer do mar, e a porta gasta da choupana rangia ao embate de cada rajada mais forte.

E, continuando, leu: «Sonhos de anjo, alumiados pela imagem lucida da filha da minha alma! volvei, volvei, orvalhai a flôr requeimada, dai uma lufada de primavera ao meu coração regelado pelos frios d'esta infinda noite... Oh minhas donosissimas chimeras!...» E agora entendeste? voltou o regedor eu estou como a Felicia d'Abrantes, peor que d'antes. Isto se não é latim, é o diabo por elle!

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