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Não pedi luz. O luar entrava no quarto atravez das arvores do jardim. Sentei-me á janella. A minha situação appareceu-me então com o prestigio de um bello romance. Mil imaginações e phantasias cantavam no meu cerebro. Sentia-me á entrada de uma vida de perigos, de extasis, de glorias.

Fui eu que te criei, és minha! diz elle absorto, erguendo-se. Caminhas para mim alheada, não me querendo olhar e não me podendo fugir, pallida e tremendo. Vens sob o tecido do luar. Oh que palavras te hei-de dizer, ajoelhado, que singulares monologos feitos de nada e enormes, arrancados á via lactea, com palavras que nunca aprendi, nem soube dizer, mas que me brotam da alma como nascentes!

Mas sede muito embora as virgens sem desejos, As monjas virginaes, uns pudicos dragões; Fechae o niveo collo aos vendavaes dos beijos, E ás noites de luar os vossos corações; Um dia hade chegar em que elle, informe, tosco, Sem garbo, sem pudor, grotesco, infame, vil; Nas grandes solidões irá dormir comvosco, Mordendo em cada seio o lyrio mais gentil!

Por sua vez, Ely nunca pôde esquecê-lo, E nesse immenso amor, com presagios de agoiro, Sentia-se morrer, como um lirio no gêlo, Sem o doce luar dos seus olhos de moiro... Mas no instante supremo, ambos crentes, temendo Que a Morte os separasse, em tão oppostos ceus, Elle invocou Jesus, cheio de , morrendo; E a christã murmurou: «Allah! tu és Deus!» A João Gomes d'Abreu e Lima

Na pobreza cresceu e, descuidada, na pobreza cantou, teve alegrias, conduzindo as ovelhas no pascigo pela charneca agreste e pela encosta, segando o prado quando abril floria, debruçada na ceifa ao sol de julho, tingindo os braços no rubor do mosto e erguendo-os ao luar calmo de agosto a tanger a harmonia dos eirados.

No claro azul d'um frio céu d'inverno, Sobre a collina onde a cidade dorme, Destaca, ao longe, o escuro vulto enorme D'antiga cathedral; Fica-lhe ao lado a succursal do inferno, Velho epigramma ao lugubre edificio, Largo covil doirado, aberto ao vicio, O paço episcopal... Bate o luar nos porticos escuros, Abrigo á noite de sinistras aves; dentro, as altas, magestosas naves Envolve a solidão.

Raparigas de luar, pastoras d'estes Andes, Diziam entre si: Quem será este senhor? Todo de preto, tão pallido, olhos tão grandes! E rezavam por mim, baixinho, com amor. Por fim entrei receoso em uma caza immensa Com Jezus-Christo ao fundo e velas e alecrim. Uma dellas guiou-me ao quarto onde a paysagem Ante meus olhos se estendia e os deslumbrou... «E então como passou? Gostou da sua viagem?

Nas temporadas funebres em que a agua cahe a golphões, a gente concentra-se e fica meio adormecida. Os montes envolvem-se em nuvens, os bichos na terra tremem de frio sob as raizes e as folhas seccas estalam e gemem com saudades ao deixarem-nos. Se por instantes se descerra a nevoa, os montes são mendigos, com um grande manto remendado. Ao fim da tarde levanta se dos campos um lindo luar azulado que sóbe e se dispersa.

Ramalho Ortigão foge muito de preposito d'essas regiões vaporosas em que a flor azul do sonho desabroxa, a um luar doentio, as suas petalas ideiaes.

No entanto não fiqueis na doce gloria absorto: O velho javali parece ás vezes morto Mas surge da agonia e os seus algozes morde! Eu sou, mulher suave, aquelle antigo louco, O triste sonhador que o teu olhar cantou, E que hoje vae sentindo, o sonho, a pouco e pouco, Fugir como o luar d'um astro que expirou!

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