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As Louzadas faltavam no seu pouso reservado, superiormente escolhido para espiarem todo o Terreiro, as casas que o cerram do lado de S. Christovão e do lado das Trinas, a rua Velha e a rua das Vellas, a barraca da limonada, e até outro retiro pudicamente disfarçado por uma canniçada de heras.

Mas não! infelizmente quando esse André, com maior estrepito, ronda a porta almejada é que elle acode, e abraça o rondador, e lhe facilita a porta! E assim a maledicencia das Louzadas encontrava uma base, a que todos na cidade podiam palpar a substancia, e a solidez, e sobre ella se erigia como Verdade Publica! Infames Louzadas! Mas agora?

E se essas carraças das Louzadas ainda estiverem pegadas, manda dizer pelo escudeiro á sala, bem alto, á Gracinha, que cheguei, que lhe desejo fallar immediatamente no meu quarto: com esses monstros não ha considerações. O Barrôlo balbuciou, hesitando: O Snr. Bispo gosta d'ellas... Muito amavel commigo, ainda ha pouco, o Snr. Bispo.

Atarantada, sem tempo de chamar o escudeiro, carregou ella para uma banqueta do corredor, n'um esforço desesperado, a pesada salva com que as Louzadas, se a descortinassem, edificariam por sobre a cidade, e mais alta que a Torre de S. Matheus, uma historia pavorosa de «vinhaça e bebedeira». Depois, offegando, relanceou no espelho o penteado.

Com effeito no meio do Largo, rente á grade que circumda o antigo Relogio-de-Sol, as duas manas paradas, erguiam o bico escuro, farejando e espiando a Egrejinha de S. Matheus onde o sino lançára um repique de baptisado. Oh, c'os diabos, que é para ! As Louzadas, decididas, investiam contra o portão dos Cunhaes! Então foi um panico!

Era Gonçalo Mendes Ramires, da casa de Ramires! Mil annos de nome e de solar! Dominava bem acima de Oliveira, de todas as suas Louzadas. E não pelo nome, louvado Deus, mas pelo espirito... O André era seu amigo, entrava em casa de sua irmã e Oliveira que estoirasse!

E nem consentiu que a suja carta das Louzadas desmanchasse a quieta manhã de trabalho para que se preparára desde o almoço, relendo trechos do Poemeto do Tio Duarte, folheando artigos do Panorama sobre as guerras de muralhas no seculo XII. Com um esforço d'attenção erudita abancou, mergulhou a penna no tinteiro de latão que servira a trez gerações de Ramires.

Ainda estudou a lettra, as expressões, descortinando que redundar fora escripto com um O, architectura sem C. E rasgou furiosamente a grossa folha, rosnando no silencio da livraria: Aquellas bebadas! Sim, era d'ellas, das odiosas Louzadas!

Junto da Signa Real, Gritando ás naus «Amainae Por El-Rei de Portugal!...» Gonçalo abotoava á pressa os suspensorios, retomára o canto glorificador Todo alegre, a mão no cinto... Junto da Signa Real... E, atravez do esforço esganiçado, pensava que com tal linha d'avós, bem podia desprezar Oliveira e as suas Louzadas horrendas.

Do lado da rua das Pêgas, as duas Louzadas, muito esgalgadas, muito sacudidas, ambas com manteletes curtos de seda preta e vidrilhos, ambas com guardasoes de xadresinbo desbotado, avançavam, estirando pelo largo empedrado duas sombras agudas. As duas manas Louzadas!