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E, de todas, concluiu que devia casar-se com Liberata, visto que era esta a mulher, que mais servia as suas propensões, e mais credito adquirira sobre o seu reconhecimento. Este homem, que tocou da torpeza o extremo em que a compaixão se allia ao nojo, offereceu-se a Liberata, como marido.

Na proxima noite de theatro, Liberata, no camarote, ria, olhava, requebrava-se do mesmo modo, com a notavel differença de que o seu companheiro era um capitão de marinha ingleza, que accumulava ás delicias de uma conquista de tal ordem os gosos d'uma solemne embriaguez de vinho.

Esta visão desvaneceu-se como o raio instantaneo de sol em ceo revolto de nuvens escuras. Diz-me , Luizinho continuou Liberata, lançando-lhe o braço direito sobre o hombro, e brincando-lhe com os anneis do longo cabello queres ser outra vez meu?

Luiz da Cunha contemplava estupidamente aquella magnificencia, que não era nada comparando-a á sumptuosidade d'alcova, onde foi recebido, como era dever que o fosse, o unico homem que a fizera conter-se nos honestos limites d'uma fiel amante. Achas que estou muito rica? disse Liberata, puxando-lhe com meiguice uma orelha. As apparencias são d'isso...

Entretanto, o proprietario não curava de estudar, e cedia ao regente uma boa parte dos seus proventos, que eram poucos. Luiz da Cunha conhecêra um contrabandista de Chaves, que lhe picára o desejo de tentar fortuna pelo contrabando. Liberata não se oppunha ao arbitrio do seu amante.

As tentativas foram prosperas, e o audacioso contrabandista aventurára os seus capitaes, e outros contrahidos de emprestimo em arrojadas emprezas. Se a fortuna não encravar a roda dizia elle a Liberata em dous annos, iremos viver em Paris. E, com effeito, a roda da fortuna girava com a velocidade dos seus caprichos. O escrivão não curava do officio, e raras vezes pedia contas ao regente.

No fim de dous annos, o contrabandista celebrava os annos de Liberata com um rico adereço comprado em Madrid, e adiava a sua sahida de Portugal por mais um anno, visto que não achava doze contos dinheiro sufficiente para de Paris metter, em grande, o contrabando em Portugal.

Liberata disse que tambem as tinha, e deu como prova não ter sido fiel a nenhum dos seus amantes, depois d'elle, porque não encontrára rapaz tão perfeito, nem tão despreoccupado das asneiras sociaes, como Luiz da Cunha. Recordaram scenas da sua vida de dous annos, dando tempo a que viesse a ordem de soltura.

Vendeu o adereço de Liberata, e tentou novas aventuras em pequena escala. A sorte sorriu-lhe outra vez, com quanto as denuncias o rodeassem de perigos. Liberata acompanhava-o galhardamente nas emprezas. Montava com varonil perfeição.

Viu as janellas occupadas por um rancho de senhoras, e deduziu que Liberata não morava alli. Accendeu um cigarro na vela do tendeiro, que morava defronte, e como por mera curiosidade perguntou quem morava defronte.

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