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Nestas lendas, inventadas com fins humanos por milagreiros e falsarios, quasi que não é possivel dar um passo sem encontrar falsificação.

Tudo nos leva a crer que não tarda ahi o desenlace d'este conto. A moral publica, ciosa das suas prerogativas, e dos deveres em que estamos para com ella, nós, os fabricantes de historias, contos, lendas, fabullarios, soláus, e varias outras feições do folhetim a moral publica, dizia eu, quer que um romance acabe bem.

Com esta pragmatica os portuguezes eram muito temidos por cavalleiros e não mercadores, e tão temidos e obedecidos que ainda que um portuguez fosse em uma almadia, se o topassem naus de mouros, todas amainavam e lhe iam obedecer, mostrando-lhe seus cartazes que tinham para navegar, que todos eram assignados por A. de A.» Gaspar Correia, Lendas, I, 518. V. Systema dos mythos relig., p. 331.

Ali, os monumentos de mais de uma raça, livros de pedra abertos á meditação dos videntes, e as lendas populares tenazmente conservadas na memoria dos povos que se sobrepuzeram; aqui, ainda o passado, como centro de attracção maior; depois, primacialmente, as soberanias e magnificencias da arte, legados inestimaveis que as gerações foram transmittindo, e nos quaes vae encontrar as mais altas suggestões artisticas, e os mais profundos ensinamentos criticos, o gosto moderno.

Todas as lendas que fizeram o encanto da nossa infancia, e que emballaram tambem com o seu rythmo dulcissimo a risonha infancia da alma moderna, são tiradas d'essa poesia anonyma, em que todas os almas collaboraram em um enleio religioso, e em uma palpitante e suggestiva, inconsciente dos prodigios que creava.

A historia verdadeira da sua primeira epocha é ainda hoje ignorada, porque como historia verdadeira não pode considerar-se a collecção de fabulas e de tradições maravilhosas e inverosimeis, que antigos historiadores colheram das lendas e das crendices populares.

E se nem a acção dos elementos voluntario-individuaes e dos fortuitos, sobre os elementos sociaes, nem a inversa, nos apparece, tirando assim á historia o seu caracter eminente de realidade; juxtapondo artificialmente a uma chronica, veridica, desinçada dos erros e das invenções fradescas, uma dissertação erudita sobre o desenvolvimento das instituições: tambem a apreciação dos elementos moraes, crenças individuaes, phenomenos de psychologica collectiva, é feita á luz de doutrinas quasi voltaireanas; e no avaliar das lendas religiosas, da acção do clero, o historiador prescinde de profundar os motivos moraes, ou cede a palavra ao sectario que nos bispos e em Roma não outra cousa mais do que sacerdotes da astucia e uma Babylonia de perversão.».

Mas não ignorando taes precedentes, e conhecendo que o estudo que iamos apresentar ao público não deixaria de nos acarretar a vontade do autor da História da Litteratura Portugueza, nem por um momento hesitamos em levar a bom termo o nosso trabalho, tendo em atenção tam sòmente que se tratava de desfazer uma lenda, estúpida como tantas outras lendas, que privava de parte da glória a que tinha jus o nome aureolado de um dos maiores poetas portuguêses, o delicado e inditoso Bernardim Ribeiro, o nosso querido Bernardim.

Esse conhecimento, embora confundido com as lendas syncreticas dos falsos Chronicões, influiu na consciencia do nosso individualismo ethnico e nacional.

Como eu a espreito, palpitante o seio, Como eu a sigo nos seu gestos vários... N'aquelle quarto, aquelle ninho cheio Da doce voz dos joviaes canarios!... Como eu quisera ser nos sonhos d'ella Um rei das lendas, o fatal D. Juan, Pirata mouro em galeões á vella, Com minaretes sob o ceu do Iran! Como eu quizera e que vontade intensa! pelo brilho d'essa longa trança!

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