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Não tens vergonha, Lena disse D. Dorothéa para a morgadinha, em quem esta reflexão fez nascer um gesto de contrariedade, que trouxe aos labios d'Angelo o primeiro sorriso d'aquella manhã. O conselheiro e Henrique sorriram tambem. Eu prometto casar-lhe a prima Magdalena, dentro em pouco, tia disse Henrique com intenção. Não prometta. Esses negocios deixe-os ao meu cuidado.

Estonteado ainda, mas um pouco mais tranquillo do que quando chegou. Os balanços do carro fizeram-lhe mal. Com as bebidas calmantes que lhe tenho dado, achou-se bem. E ainda não mandaram chamar o cirurgião? mandei, veio, o sangrou, ... Mas tua mãe não o sabe e ia mandar... Deixa-a , Lena. Deixa-a com os criados, que por ora não convem que venha. Elle precisa de socêgo.

Mas, resolvemos; ámanhã, eu e Lena, havemos de falar, havemos de conseguir... Não, Angelo.

Que lembrança! tornou Christina, cada vez mais embaraçada pois imaginas devéras que eu?... E por que não? Lena! Não ha nada mais natural. Se queres, juro-te... Ah! atalhou a morgadinha, pondo-lhe a mão nos labios. Isso não, que é mais sério. Jurar não te deixo eu.

Olha , ó Lena disse D. Victoria sabes tu o que me lembra?... Mas eu nem sei... com estes criados que tenho... Mas a mim lembra-me... uma vez que teu pae vem com o pequeno... e... está agora o primo Henrique... lembra-me a mim... mas, digo, era se eu pudesse contar com os criados que temos... lembra-me, juntarmo-nos todos para consoar... A prima Dorothéa tambem, e aqui o primo; mas era se...

Augusto não se demorou, saiu sem pronunciar uma palavra. Magdalena deu largas á tristeza, que lhe pesava no coração, deixando correr livremente o pranto. Christina correu a abraçal-a. Meu Deus! meu Deus! Lena, isto que quer dizer? exclamou Christina. E, approximando os labios do ouvido da prima, murmurou, com adoravel ingenuidade: Pois tu... amaval-o?

Henrique formulou um galanteio, que ella porém não ouviu, entretida a escutar o que uma das creanças lhe dizia. Lena, olha a Annica, que está a deitar a sôpa d'ella no meu prato. Deixa falar, Lena, deixa falar, foi ella que primeiro a deitou no meu. Não tem vergonha de mentir! Então disse Magdalena, que a este nome correspondia a contracção familiar, de que se serviam as creanças.

Christina que, havia muito, defronte de Magdalena, fazia esforços por lhe chamar a attenção, resolveu-se a falar-lhe. Lena disse ella que te parece a lembrança que teve ha pouco a mamã? A das consoadas? Excellente. Não, menina, a do passeio á ermida. Ah! Excellente tambem. Marquemos o dia. Quando queres? Depois de ámanhã, que é quinta feira. Seja. Que diz, primo Henrique?

Entre as falsas situações, em que nos achamos ás vezes n'esta vida, poucas se podem comparar no incómmodo que produzem, á de assistir a uma questão domestica, por qualquer motivo que seja originada. Quem se conservou d'aquella vez menos inactiva foi Christina, que prendeu Lena nos braços, não sei se para instinctivamente a defender, se para reprimir-lhe o impeto de reacção que receiava n'ella.

Succedeu-lhe como a Henrique; cêdo a dominava uma anciosa curiosidade, que a obrigou a ler com rapidez até o fim. Ao acabar, amorfanhou-a com raiva, arrojando-a ao chão; escondeu o rosto entre as mãos e não pôde reter o pranto que lhe rebentava dos olhos. D. Victoria parou a olhal-a, estupefacta. Que é isso, Lena? Santo nome de Deus! tu que tens, menina?

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