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E o cavador cismava na sua leiva, naquela que rasgara no bravio, e era regada do suor do rosto e pelos orvalhos breves da manhã, e em dias tormentosos dilacerada pela rispidez de invernos inclementes, severos, tanto ou mais que o sol de Julho. Por que erro ou mistério chorava ali a água a viuvez dum benigno chão que a desposasse, e no cimo do monte o campo pobre desfalecia

Falando d'ella, diz Paulo de Saint Victor: «Oh! bemdito seja o camponez grego, cuja enxada exhumou a deusa enterrada ha dois mil annos em uma leiva de trigo!... Graças a elle, a idéa do Bello ascendeu mais um gráu sublime, o mundo plastico encontrou a sua Rainha!... A belleza ondula d'essa cabeça divina e espraia-se em todo o corpo como uma luz!... a lingua de Homero e de Sophocles seria digna de celebrar tão regia Venus!

Depois, firmando-se, recuou o corpo e voltou a leiva cortada cerce, rompendo a terra de cuja escuridão se desprendia um alento de fertilidade, como uma promessa. Ergueu novamente a enxada, cravou-a, recuou e voltou uma outra leiva. Triumphava! De repente, porém, cairam os braços e um suor de fadiga se lhe derramou em todo o corpo. Não podia!

«Quem se demora a ver a ladeira por onde resvalou á leiva humida um mancebo com o coração ainda a queimar-lhe a mortalha? «Por isso as historias dos mortos se escrevem, e este livro se faz. «

E, depois, agachado no cairel, media com o cabo da enxada a profundidade da cova, proseguindo alegremente: /* Se o coveiro aqui passa, Vae pôr-lh'os na sepultura. */ Metteu a da enxada na leiva de terra, que lhe ficava ao lado, transpoz o comoro de outras sepulturas, e parou junto de um esquife pobre, de pau, sem fôrro, com os symbolos da morte pintados d'amarello.

Ha muito que desceu das orientaes montanhas A hydra singular que espalha nas ardencias D'uma luta febril scintillações estranhas! Ella galga, rugindo, ás grandes eminencias, E emquanto vae soltando o silvo pelo espaço Engrossa á luz do sol na seiva das consciencias. Tem rijezas sem par, como de roscas d'aço E corre descrevendo em giros caprichosos Na leiva popular um indefinido traço.

Olhe, Brizida de Sousa me não chamasse eu, se depois da primeira noite não mettesse um bom par de legoas entre o demonio e quem se présa de christã baptisada na freguezia de Santa Catharina de Lisboa, nascida de paes catholicos, tementes a Deus, e sem eiva, nem leiva de mau sangue!... Mas o amor, que tenho á minha menina, coitadinha, tudo me faz supportar com paciencia... Espere! Não ouviu bulha?

Rasgou a leiva dura, empedernida; lançou no sequioso a semente leve e todo o manancial de vida que ela encerra; e fez brotar a água das prisões em que a guardava o peso dos rochedos.

Quem sabe se a inspiração d'estes versos, que se nos afiguram escriptos muito antes de serem publicados, foi ainda o germen de que desabrochou, recendente ao perfume das serras e colorido com as tintas mimosas das flores do campo, o romance Pupillas do senhor reitor? Cremos que sim. O grão que o semeador deixa cahir na leiva é na primavera flor, no outomno fructo, e no inverno riqueza.

Em nome pois do Povo, o velho e antigo cedro, sangrento como a cruz, e a quem como S. Pedro tens renegado sempre, ó sordido traidor, em nome da sua ira, e em nome do suor que elle verte a chorar, na Terra, o chão antigo, que faz córar a rosa e rebentar o trigo, em nome dos seus mil cuspidos sacrificios do seu Calyx, da Cruz, da Esponja, dos supplicios, das suas mães sem pão, seus filhos no abandono como um farrapo velho e como um cão sem dono, em nome da Miseria, em nome da Innocencia de tudo que ha de humano e grita na Consciencia, em nome do Direito, em nome d'esta Penna, escuta a minha voz, a voz que te condemna Tu foste n'outro tempo um homem justo, um crente, forte, obscuro, plebeu, filho da santa gente da plebe que trabalha, e com as mãos possantes sabe arrancar da terra as eiras e os diamantes, d'essa raça animal dos grandes infelizes que são na sociedade assim como as raizes que em quanto estão no chão, na solidão, no escuro, dando a seiva e o vigor ao tronco bem seguro, vivendo humildes sempre, obscuras, silenciosas estão as folhas no ar, altivas, gloriosas, olhando para o azul sereno das espheras, todas cheias de flor nas verdes primaveras, sendo a gloria da leiva, a sombra dos caminhos, tendo as bençãos do Sol e os canticos dos ninhos.

Palavra Do Dia

stuart

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