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Soavam onze horas no relogio do paço da Ribeira, quando Domingos Leite aldravava no portão do mordomo-mór, com o desassombro do seu tempo de secretario. Fallou o porteiro pelo postigo, e disse que o sr. marquez estava na cama. Instou Domingos Leite por lhe fallar, dando-se a conhecer ao pavido porteiro, que levou a noticia ao fidalgo.

Como sou de natureza bastante monarchica, e fui creado com o bom leite do antigo amor portuguez aos seus reis, grande foi o enleio em que me vi, rosto a rosto de tão egregia dama! Com quanto acatamento e cortezania pude, enviei-lhe umas tartamudas palavras significativas de respeitosa vassallagem.

A menina muitas vezes pediu á mãe que a deixasse entrar; mas a senhora isto vi eu! indo uma vez a entrar, para fazer a vontade á filhinha, assim que deu com os olhos nas coisas como vossa mercê as deixou, rompeu em tal choro que sahiu d'ali quasi nos meus braços. Domingos Leite interrompeu-o asperamente.

João Leite gritára nas convulsões da morte; acudiram os creados, e encontraram Bernardo da Silva, de braços cruzados ao do cadaver, que vibrava nos seus derradeiros estorcimentos. Paulo Botelho tambem acudiu. Primeiro recuou aterrado: depois gritou «matem esse homem!» E vendo que ninguem de prompto lhe aceitava o diploma de assassino, mandou-o carregar de ferros.

Era immensa a tristeza do christão-novo, culpando-se de haver sido elle o propulsor da ida de Leite Pereira a Lisboa, e dos horrendos effeitos que se lhe seguissem.

Eram os braços de ferro de Luiz Telles que o cingiam do peito ás costas, emquanto o conde de Odemira lhe arrancava das mãos a caravina. Leite nem levemente escabujou nas garras dos dois fidalgos. Cravou os olhos no rosto de Roque da Cunha, e disse: Agradeço-te esta morte, ó infame. Todo o infeliz que chegou a conhecer n'este mundo um homem como tu, deve desejar morrer.

Roque era o portador das lastimas de sua mãe e dos fidalgos ao desgraçado, que mais se enfurecia quando o deploravam. A primeira vez que o assassino de Pedro Barbosa e padre Luiz da Silveira o ouviu rugir ameaças de morte a D. João IV, atirou o sombreiro ao tecto, e bradou: Viva Deus! que afinal topei um homem! Quantas vezes, Domingos, quantas vezes eu tenho dito muito commigo: «Se Maria Isabel fosse minha mulher, o duque de Bragança, que me deshonrou, havia de morrer tres vezes ás minhas mãos, visto que o padre Luiz morreu uma, não me tendo feito mal nenhum! A mim, na verdade, assombrava-me que este nobre desejo de vingança te não houvesse passado ardente pela alma como um raio da justiça divina! Ainda hontem D. Luiz de Alencastre, irmão do marquez de Porto Seguro, me disse: «E que faz esse brioso Domingos Leite que não espeta dous pelouros no peito do real bandalho que lhe paga os serviços, tomando-lhe a mulher como quem compra com quatro sequins uma fregona do bêcco da Madragôa! Que faz esse homem de honrados figados que matou um padre, pela innocente rasão de ter amado uma mulher primeiro do que elle!» E esta, meu querido amigo, é a linguagem de Diogo Soares, do conde de Figueiró, de Francisco Leitão, e até... queres que te diga tudo? el-rei Filippe IV, que tem sido o exemplo dos reis continentes, quando tal soube, disse: «

Quem vinha a esta casa depois que eu me retirei? perguntou mais tranquillo Domingos Leite, abraçando, contra a opinião do criado, a hypothese do convento. Apenas aqui entrou trez vezes... Quem? O sr. Antonio de Cavide... Oh! exclamou o marido de Maria Isabel, arregaçando as palpebras, como se os olhos tumidos de terror ou ira não coubessem nas orbitas Que dizes tu?

Havia um novo tom festivo no chocalhar das recuas dos almocreves, no rodar das pesadas carroças da hortaliça de que se exhalam emanações appetitosas de cuentro e de pimpinella, no tic-tic do passo miudo e zeloso dos jumentos saloios ajoujados de bilhas de leite e de seirões de roupa lavada. A agua das regas rumorejava suavemente por baixo da macia verdura aveludada dos favaes.

Foi alli que o encontrei, encostado á mesa de pedra, lendo LES REVERIES de Senancourt; leitura que eu aconselho a todas as pessoas que precisam idealisar um mundo medio entre o asquerosamente lôrpa em que vivemos, e o absurdamente inintelligivel que nos promettem as religiões. Quando me viu, Marcos Leite correu a abraçar-me, exclamando: «O meu coração tinha-te invocado.

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