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Ou talvez essa ira, ao vêr o seu nome impresso debaixo de versos com que se orgulharia Lecomte de Lisle, seja a do artista nobremente e perpetuamente insatisfeito que não aceita ante os homens como sua a obra onde sente imperfeições! Estes modos de ser, tão superiores e novos, cahiam na minha admiração como oleo n'uma fogueira. Ao pararmos no Central tremia d'acanhamento.

Não asseguro todavia a nitidez d'estas bellas reminiscencias. Desde essa sésta de agosto, no Martinho, não encontrei mais as Lapidarias: e, de resto, o que n'ellas então me prendeu, não foi a Idéa, mas a Fórma uma fórma soberba de plasticidade e de vida, que ao mesmo tempo me lembrava o verso marmoreo de Lecomte de Lisle com um sangue mais quente nas veias do marmore, e a nervosidade intensa de Baudelaire vibrando com mais norma e cadencia. Ora precisamente, n'esse anno de 1867, eu, J. Teixeira de Azevedo e outros camaradas tinhamos descoberto no céo da Poesia Franceza (unico para que nossos olhos se erguiam) toda uma pleiade d'estrellas novas onde sobresahiam, pela sua refulgencia superior e especial, esses dois sóes Baudelaire e Lecomte de Lisle. Victor Hugo, a quem chamavamos «papá Hugo» ou «Senhor Hugo-Todo-Poderoso», não era para nós um astro mas o Deus mesmo, inicial e immanente, de quem os astros recebiam a luz, o movimento e o rythmo. Aos seus pés Lecomte de Lisle e Baudelaire faziam duas constellações de adoravel brilho: e o seu encontro fôra para nós um deslumbramento e um amor! A mocidade d'hoje, positiva e estreita, que pratíca a Politica, estuda as cotações da Bolsa e George Ohnet, mal póde comprehender os santos enthusiasmos com que nós recebiamos a iniciação d'essa Arte Nova, que em França, nos começos do Segundo Imperio, surgira das ruinas do Romantismo como sua derradeira encarnação, e que nos era trazida em Poesia pelos versos de Lecomte de Lisle, de Baudelaire, de Coppée, de Dierx, de Mallarmé, e d'outros menores: e menos talvez póde comprehender taes fervores essa parte da mocidade culta que logo desde as escolas se nutre de Spencer e de Taine, e que procura com ancia e agudeza exercer a critica, onde nós outr'ora, mais ingenuos e ardentes, nos abandonavamos á emoção. Eu mesmo sorrio hoje ao pensar n'essas noites em que, no quarto de J. Teixeira d'Azevedo, enchia de sobresalto e duvida dois conegos que ao lado moravam, rompendo por horas mortas a clamar a Charogne de Baudelaire, tremulo e pallido de paixão: Et pourtant vous serez semblable

Elle não considerava assignaveis esses pedaços de prosa rimada, que decalcára, havia quinze annos, na idade em que se imita, sobre versos de Lecomte de Lisle, durante um verão de trabalho e de , n'uma trapeira do Luxemburgo, julgando-se a cada rima um innovador genial... Eu acudi affirmando, todo em chamma, que depois da obra de Baudelaire nada em Arte me impressionára como as Lapidarias!

Palavra Do Dia

stuart

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