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Revertendo aos assumptos debatidos n'aquella roda de trogloditas, cujas caras a lavareda do ponche azulejava terrificamente, dizia um que os monarchas lusitanos, em seculos de bons costumes e viva, procreavam filhos illegitimos. Esta noticia fez-me calafrios.

Quando o caso o requeria, Pedro Lavareda, o valetudinario sadio, convertia-se n'uma cascata de prantos. Tinha as glandulas lacrimaes devassas e chorava como um crocodilo. Ai dos innocentes que se deixavam orvalhar e amolecer por elle!... Ficavam quasi sempre sem camisa. No meio d'aquelle rosto afiado erguia-se um promontorio immenso.

De repente a porta abriu-se com estrondo, e a longa, a defecada pessoa de Pedro Lavareda entrou impetuosamente pelo aposento, com os olhos espantados, as faces contraidas, e os cabellos ruivos espetados, representando a imagem viva do terror e da consternação. Os castelhanos!... Os castelhanos!... Elles ahi vem!...

Vivia D. Marianna de Portugal fóra de portas, quando D. Miguel a viu. Sua sexta avó D. Catharina Arrais soprara a mesma lavareda no peito de Affonso VI. Mas o real amante, graças á brandura de costumes d'este seculo, não a tosquiou, antes lhe beijou as tranças, e se deixou encadear por ellas.

Que razão nós damos do movimento de hum insecto, da sobida de huma lavareda, da tendencia de huma pedra para o centro da gravidade, da respiração de hum animal, do fenomeno regular do fluxo, e do refluxo, da causa immediata do magnetismo, dos espantosos effeitos da electricidade, das fases da lua, da marcha excentrica, e irregular de hum Cometa, do movimento de hum Planeta, da sua acceleração na razão inversa do quadrado da distancia ao centro da revolução?

Pedro Lavareda, menos apprehensivo na apparencia, limpava os olhos chorosos com um quadrado de panno de linho, em quanto a unha tigrina de um dos dedos da outra mão raspava uma nodoa conhecida e teimosa do calção sobre o joelho. Ambos meditavam e se entendiam sem fallar.

Amava, e tinha ciumes de Thereza, não ciumes que se refrigeram na expansão ou no despeito, mas infernos surdos, que não rompiam em lavareda aos labios, porque os olhos se abriam promptos em lagrimas para apagal-a. Sonhava com as delicias do desterro, porque voz humana alguma não iria gemer á cabeceira do desgraçado.

Pedro.... Lavareda! Quem lhe deu a noticia que nos trouxe?... Um almocreve do Crato, que saiu de a bom fugir!... E que disse o almocreve?... Que os nossos foram derrotados, que ficaram todos ou quasi todos no campo, e que as guardas avançadas de D. João de Austria estavam a entrar no Crato!... Ah! Parece-me carnificina de mais!.. E aonde se deu a batalha? Não m'o soube dizer. Hum!

«Vou subir até ao soldizia uma voz no meio da lavareda, que pareciam mil vozes reunidas n'uma . A chamma saiu pela chaminé, e no meio d'ella volteavam pequeninos seres invisiveis para os olhos do homem. Eram tantos quantos tinham sido as flores que o linho tinha dado.

E o mundo e os mundos a girar na altura Como vós, ó velhos, morrerão tambem... Blocos de materia fria, sem verdura, Errarão na vaga imensidade escura, Cemiterio d'astros que nem cruzes tem!... Dormirão? oh, nunca!... vão eternamente Circular na eterna vida universal: Nebulosa fluida, lavareda ardente, Lodo, o mesmo lodo, como antigamente, Com os mesmos dramas entre o Bem e o Mal!...

Palavra Do Dia

stuart

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