United States or South Korea ? Vote for the TOP Country of the Week !


Quanto á primeira, se algum incredulo me quizer obrigar pela palavra, demonstrarei que rara é a pagina em que os erros não orcem pelas linhas, erros de interpretação franceza e de grammatica portugueza. M.me Lafarge escrevia com a sublimidade e correcção classica de Jules Janin. Desfigurada pelo traductor, dir-se-ha que a franceza escrevia francez como o snr. Amorim escreve portuguez.

Pelo que respeita ao presumido Estudo moral, o que d'ahi se deprehende é que Lafarge foi ladra e envenenadora porque lia romances. O snr. Amorim, no processo de seu estirado estudo, revela farta leitura de romances; e todavia, os seus costumes são exemplares, penso eu. E que Balzac se fanatisou pelo crime desenhando-o com o nome de Vautrin, etc.

Invejo estas santas alegrias ao snr. José Carlos Lopes. Memorias de M.me Lafarge, traducção de PEDRO DE AMORIM VIANNA, com um estudo moral ácerca da authora, escripto pelo traductor. Porto, 1874. 2 tom. Ouço dizer que a sciencia do snr. Amorim Vianna se prolonga até ás fronteiras do hebraico. O que elle desconhece em linguistica é os idiomas francez e portuguez.

Isto quando não seja indecencia, é ingratidão. O snr. Amorim Vianna devia lembrar-se que, sem o legado do conde de Ferreira, não se estaria a esta hora martellando no hospital de alienados na Cruz da Regaleira. E eu, á vista do exposto, receio que o author do Estudo moral ácerca da Lafarge esteja no caso, como outros mais sisudos, de aproveitar os favores d'aquelle estabelecimento.

Conta que Lafarge tivera mil pretendentes á sua mão depois de condemnada e presa; e explica este fanatismo por ser ella o producto das más paixões da época. Se Méry faz nauseas ao snr. Pedro de Amorim, quer-me parece que o author da Guerra do Nizam, não preferiria o perfume... litterario do snr. Amorim aos aromas das florestas indianas.

G. escreve um folhetim no n.º 154 do Primeiro de Janeiro. Louva as qualidades litterarias do snr. Pedro de Amorim Vianna, manifestadas na traducção das Memorias de Lafarge, e no Estudo correspondente. Observa que a celebre envenenadora grangeou sympathias nos salões da França, e attribue o phenomeno á corrupção da moral.

Balzac, posto em pedestal de corrupção para ser admirado, é um deploravel paradoxo que eu teria pejo de vêr na minha lingua, se o snr. Amorim Vianna escrevesse lusitanamente. Que, ao menos, estes absurdos se não possam tirar a limpo d'entre locuções mascavadas. Que Lafarge tivesse mil pretendentes á sua mão, porque era mau producto das más paixões da época, é phantasia do snr. Amorim.