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A rapariga calou-se, aniquilada, toda enroscada a um canto, como um novelo. E passados instantes, quando um grande silêncio envolvia todo o prédio, ouvindo-se apenas, de quando em quando, o rodar de algum trem nas ruas próximas, o Seabra tomou nos braços trémulos a pequena, e foi, cauteloso como um bandido, levá-la

" licença!..." "Ai, que me pisou!..." "Perdoe!..." "Não ?..." Eis o que se ouviu murmurar por alguns instantes. E no meio daquelle mar de cabeças adornadas de lenços de côr, listrados, e brancos, avultava a pinha das recem-vindas, que tentavam ajoelhar; pinha semelhante á embarcação rota a ponto de submergir-se, que balouça vacillante, e se atufa lentamente nas aguas.

Henrique, depois de instantes de silencio, disse, sorrindo, para Magdalena: Diga-me uma coisa, prima Magdalena; comprehendendo tão bem as necessidades do coração dos outros, não pensou ainda nas do seu? E quem lhe disse que as tinha? Conceda-me tambem um pouco da sua admiravel perspicacia, e não se julgue tão impenetravel, que não offereça leitura aos olhos que a observam. Ah! Então leu?

E passados instantes debandávamos todos, um agora, outro logo,

Estas ultimas palavras mal se perceberam, porque foram acompanhadas com um bocejo, e D. Bertha cerrou os olhos. D. Julia lançou sobre sua irmã um olhar de compaixão e sahiu. Alguns instantes depois deu principio ao quadro.

De repente chega um aviso de que o edificio estava cercado pela policia. Fecham-se todas as portas e Affonso Costa, tomando a direcção da defeza, resolve resistir aos assaltantes, exclamando no auge do enthusiasmo: Vamos a isto!... Será o inicio da Revolução! Dentro de breves instantes verificou-se que o aviso não tinha fundamento.

Era sol posto: Cançada de correr pela campina, Tinha vindo sentar-se pensativa Nos degraus de uma cruz que se elevava No adro estreito de modesta ermida. Chegava emfim ess'hora em que saudosa A mente se dilata em magos sonhos; Hora em que alma absorta em gostos intimos Perde a consciencia do exterior da vida. Diversas nuvemsinhas esmaltavam Para o lado do poente o firmamento. O bronze deu signal d'Ave-Maria. Ella ergueu-se, e depois, firmando os joelhos Sobre os degraus da cruz, soltou dos labios A singela oração; passado instantes, A pomba estremeceu, mas de alegria. A viva chamma de amoroso affecto Brilhou no puro azul d'aquelles olhos, Quando nos meus attentos se fitaram; E um sorriso de angelica ternura Entreabrira os seus labios purpurinos. Eu peguei-lhe nas mãos alvas de neve, Que estremeciam apertando as minhas, E pronunciei mansinho estas palavras: «Sim, sou eu, que tu tens visto, Tanta vez naquelles sonhos Bellos, candidos, risonhos, Da tua idade infantil.

A familia tal como a entendem todos que sabem sentir e pensar, é o refugio onde se vae buscar paz e esquecimento; é o templo onde encontram direito de asylo os parias que andam fóra aos baldões da ira popular; é o lugar querido, inaccessivel onde os athletas do pensamento acham momentos de alegria descuidada, onde os mineiros cansados da sciencia, os que andam pelos antros obscuros arrancando segredos aos seios da natureza, procuram a clara e festiva luz dos affectos simples, onde os politicos esquecem a maldade e a mesquinhez humana, onde os diplomatas fallam verdade, onde os argentarios fecham os ouvidos ao tinir metallico do ouro, onde os que caminham levando no coração as terriveis hydras do odio e da inveja se assentam por instantes embevecidos na musica matinal de umas vozes infantis que chilrêam, de uma voz crystallina que adverte, aconselha e consola.

Mas viver!... Viver com toda a força! Tu não vives. Morrer sem ter vivido!... Que sabes tu da fome? E da desgraça? Que sabes tu de ser perseguido e de fugir? E do minuto em que se mata?.... Que sabes tu de seres tu? Ha instantes em que se vive uma vida inteira. Para se viver é preciso cumprir se um fado, com todo o nosso sêr, é preciso a gente sentir-se contra todos e no entanto proseguir o seu destino... Andar inda que esmague. Para onde?

O seu Deus é a expressão da sua emotividade. Ou, bem no fundo, da sua moralidade. crê em Deus, descobre Deus, quando em si, pela virtude, momentaneamente o realisa, ou tenta realisar. Se a bondade e a paz lhe existem no coração, a natureza resolve se-lhe em Deus, em amor supremo. Mas, d'ahi a instantes, o egoismo invade-o, e não é em Deus, é na chimica, que a explicação do mundo lhe apparece. Qual a fonte do ser, a rasão da vida?

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