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Tudo acabou... Anemonas, hydrangeas. Silindras, flôres tão nossas amigas! No claustro agora víçam as ortigas, Rojam-se cobras pelas velhas lageas. Sobre a inscripção do teu nome delìdo! Que os meus olhos mal podem solletrar, Cançados... E o aroma fenecido Que se evola do teu nome vulgar! Ennobreceu-o a quietação do olvido. Ó doce, ingenua, inscripção tumular. Singra o navio.

Parece que nos deixa nos ouvidos um tinir semelhante ao de uma gargalhada innocente e ingenua d'uma creança! Pensareis talvez que estas palavras são a expressão expontanea do sentimento que me inspira, como a todos nós, a evocação da terra que me viu nascer. Não.

Em toda a obra, prosa ou verso, de Bernardim Ribeiro, vive, palpita, a história ingénua da sua vida, o trama dos seus mal-aventurados amores por uma dama que trocou a afeição do poeta pela de um outro zagal. Foi um inconfidente o magoado Bernardim? Não, foi um artista, foi um poeta apaixonado, alma de eleição que da sua dor fez um poema, como diria Goethe.

O mundo é a convivência ingénua, mas os dragões e as serpentes de novo assustam e repelem a sensibilidade do homem. Êle terá de reencontrar a companhia a dentro de si mesmo... Se o corpo de Vénus é feito da espuma do Mar, a Virgem Maria é a mais alta e translucida espuma da Alma.

Disse-lhe então que era impossivel o amor entre nós. Rica, bella, não podia ser amada desinteressadamente, ao menos diante do publico. Tinha vergonha que dissessem que a amava pela fortuna que possuia; esmagava-me esta idéa vil do senso commum. Desde esse instante procurei combater-lhe o sentimento puro que me revelara. Descobri-lhe uma rival, com quem ella, apezar de todos os encantos, não poderia competir, que a deixaria na sombra a estiolar-se, emquanto se aureolava de luz, se dava á adoração de todos; era a Arte, a Arte! Quando lhe descobri esta atrocidade do egoismo, em vez de desmaiar e desfallecer como aquella ingenua e timida donzella que se prostra ante a magestade olympica de Goethe, repellida pela sua rival a Arte, que a lançou fóra do seu templo, pelo contrario se enlaçou a mim com uma candura infantil, despreoccupada, beijou-me em delirio, segredando-me com uma voz que se coava por mim, que me vencia: O que é a Arte sem a realidade! Depois disse-me com a voz languida, frouxa, impensada como a melodia de uma harpa eólia: «Eu bem sei que não tenho uma belleza que deslumbre; nem ella existe senão para exprimir algum sentimento. O que agora se passa em mim é uma verdade, é por isso que as outras me chamam bella. Se eu tivesse uma correcção de fórmas como um marmore antigo, tinha medo, sabia que não era amada por mim, que me adoravam os contornos da plastica. Gosto mais de ser como sou, posso ser amada com mais verdadeSentia-me mais do que Deus; elle nunca teve uma adoração assim; tinha vontade de precipitar o tempo, e chamar-lhe minha. O amor ia crescendo de dia para dia. Diante da mulher que eu sonhara, era preciso mostrar-me grande para merecel-a. «Eu bem sei que a minha familia hade combater o nosso amor; que importa! Tenho medo de não poder luctar. Se me violentarem a casar com outro, tens direito a reclamar quando quizeres o teu amor

Amor e uma cabana! disse rindo maliciosamente o velhaco, beijando-a com enthusiasmo. Graças a Deus, havemos de ter melhor do que isso... E suspirando com tristeza: Para isso bastava que morresse meu pae! Deixa-o , coitado! intercedeu piedosa a ingenua loura. Deixo, deixo... Eu não lhe desejo a morte... Mas acredita que, ás vezes, Leonor, até chego a pensar que não tenho pae!

O conto é a passagem do fabulario para a linguagem da prosa, ingenua, rude, de uma franqueza maliciosa muitas vezes, e desenvolta. O conto era uma situação inventada para aproveitar um dito feliz, um repente engenhoso dos serões das côrtes e dos castellos; nasceu d'aquelle genio primitivo, com que Froissart narrava a historia.

Que ignorantes Do acatamento q' a teu lume immenso, Deveo sempre guardar o engenho humano! Deve, qual pobre, pequenino rio, A quem agua não deo caudal torrente, Correr tranquillo, e murmurar nas pedras, Ao Pastor innocente, á Ninfa ingenua Objectos de prazer offerecendo. Mas o desejo audaz, e o louco orgulho O torna rio impetuoso, e bravo Soberbo, ufano vai d'agua não sua.

Transido o peito seu por mil desgostos, Separada do corpo esta cabeça, Entre os mortos dirão até que ponto Foste amante fiel, pae carinhoso. «Ultragei-te, é verdade, mas bem sabes Que trocámos affronta por affronta. A mulher a que chamas tua esposa, Victima ingenua do teu fero orgulho, Não te lembras que fôra largo tempo Destinada a ser minha?

Assim tambem no estudo dos caracteres. Observadores ha, que, após annos e annos gastos a viver com os homens, morrem em ingenua ignorancia a respeito d'elles; outros que, na solidão do gabinete, perscrutam no proprio coração os segredos dos mais, decifram-os, porque, descobertas ahi as leis principaes e communs a toda a natureza humana, facil é adivinhar depois as secundarias, d'onde procedem as differenças.

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