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Julinho... Vossa incellencia estava todos os dias a appellidar por ella, que a queria vêr, que lhe queria fallar e que morria sem estifazer o seu desejo... Vae eu atão disse comigo: «Se eu, armar uma pêta bem arranjada e disser á nossa reverendissima madre que é a sr.^a D. Helenia de Laronha que está a dar a alma a Deus, ella larga barcos e redes e vem por ahi fóra atrás de mim, que é um ar que lhe dá... Ponto é que ella me acuardite... Vamos a vêr se as bichas pegam... Fui e as bichas pegaram.
Ella aqui está... Agora o sr. Julinho diga o que tem a dezer, e se eu fico por mentiroso, é o mesmo... Se quer ó menos, intrujei, mas foi p'ra estifazer a ultima vontade a vossa incellencia... Agora já póde morrer descançado. Mas venha cá, Tomba, como arranjou você a carta de Helena de Noronha? O sapateiro arregalou os olhos: A carta da sr.^a D. Helenia? A carta não é d'ella! Como não é d'ella?
Não, não, mestre Tomba, não pense n'isso, que é uma coisa que não pode fazer-se... Está bô! Vossa incellencia que o diz, lá sabe a rezão porquê... O Tomba partiu para o Porto muito resolvido a envidar todos os esforços para conseguir que madre Paula visitasse Julio de Montarroyo. Eu armo-lhe uma intrujice e ella cae logo pensava elle.
Julinho... saberá vossa incellencia que fallei... Fui ás Sereias préscural-a e não estava lá... Mas eu taes intrujices armei, que me mandaram ó Carvalhido ter co'ella... E está ainda fresca que nem parece a edade que tem... Aquellas bochechas não se criam só com auga benta, essa lhe juro eu! commentou o sapateiro. Fallou-lhe de Helena de Noronha?
Diga, mestre, diga! exclamou D. Aurelia assustada com as attitudes e gestos solemnes do velho sapateiro Occorreu alguma desgraça? Uma grande desgracia, minha senhora! E se vossa incellencia não acode e manda alguem comigo, a probe de Christo está aqui, está a dar o ultimo suspiro!... Já fui a casa do sr.
O sapateiro bateu uma palmada na testa com expansão: Quer vossa incellencia vêr que é ella!? exclamou Pois não é oitra coisa.
E contou a maneira ardilosa como o padre Anselmo o encerrara no convento do Sardão e aquella outra mais ardilosa ainda como elle conseguira escapar-se da prisão, depois de ter pregado uma sova mestra na freira que o guardava quasi á vista. Eu só queria que vossa incellencia visse, sr.
Conte-me cá, mestre Tomba, o que é feito de você? O que foi feito de D. Carlota, do padre Anselmo e d'aquelle doidivanas do Alvaro de Noronha? Pois vossa incellencia não sabe? disse o sapateiro admirado. Nada! Não sei nada. Pois já tudo isso lá vae! Tudo? Tudo ou acaijo tudo... Inté é de inorar o sr. Julinho não saber as desgracias todas que se déram logo assim que o sr.
Mas como é disse elle que D. Carlota pôde escrever uma carta d'essas a Alvaro de Noronha na mesma occasião em que eu recebia uma carta de Helena, dizendo-me que partia para França? Se D. Carlota vivia com o padre Anselmo, como podia ella ignorar que Helena seguia para Paris? Vossa incellencia quer que eu lhe diga uma coisa, sr. Julinho? Diga lá, mestre.
Julinho de Montarroyo, pois não é? Sou. Cá me queria a mim parecer! E batendo na testa desesperado: Ah! grande cabeça de burro, que nem já conheces quem te deu tanto pão a comer!... Ah, sr. Julinho, vossa incellencia perdoará, mas eu estava agora bem longe de o topar aqui! Antão cumpassou? perguntou o Tomba, lisonjeiro e carinhoso. Vossa incellencia está féro! Está que é uma bisarria!
Palavra Do Dia